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Relato
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Resoconto
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Enfileirados ao longo da avenida,
porcos para o abatedouro. A avenida é a principal. Carros engarrafam. Ao volante, de soslaio, freia-se um pouco, observa-se. O grunhir dos suínos e os freios dos carros compõem uma musiquinha muito chata. Anúncio de supermercado? perguntam-nos. Não, só mil porcos grunhindo. Vão morrer. A polícia (ou os bombeiros?) é avisada, mas não chega. Um jornalista sorri e fotografa. Turistas julgam ser festa (da padroeira?), crianças assustadas, homens sérios. E soam subitamente quatro horas. Hípica é a tarde. É quando de um furgão descem soldados a metralhar os bichos e os homens e as crianças e os turistas e os jornalistas e os motoristas e as vidraças. Desta janela o mundo é confortável; não ponho a cara de fora, só relato. |
Allineati lungo il viale,
porci diretti al mattatoio. Il viale è quello principale. Le auto s’imbottigliano. Al volante, di traverso, si frena un po’, si sta a guardare. I grugniti dei suini e i freni delle auto compongono una musichetta molto irritante. Jingle del supermercato? ci domandiamo. No, solo migliaia di porci che grugniscono. Stanno andando a morire. La polizia (o i pompieri?) è stata avvisata, ma non arriva. Un giornalista sorride e fotografa. Turisti pensano che sia una festa (della patrona?), bambini spaventati, uomini seri. E suonano d’un tratto le quattro. Il pomeriggio è equestre. È allora che da un furgone scendono soldati a mitragliare gli animali e gli uomini e i bambini e i turisti e i giornalisti e gli autisti e le vetrate. Da questa finestra il mondo è confortevole; non metto fuori la testa, riferisco, e basta. |
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Bruno Cassinari Bue squartato (1941) |