A minha voz pode esquecer-te…



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A minha voz pode esquecer-te…
La mia voce ti può dimenticare…


A minha voz pode esquecer-te,
Mas não o meu silêncio.
De sofrer por ti fiz a minha casa –
O escárnio e o absurdo
Passam sempre, por mais que durem.
A casa fica.
Que me esqueças é a única morte,
O único deserto.
La mia voce ti può dimenticare,
Ma il mio silenzio, no.
Dello struggermi per te ho fatto la mia casa –
Il disprezzo e l’assurdo
Passano sempre, pur se lunghi a durare.
La casa resta.
Che tu mi dimentichi è l’unica morte,
L’unico deserto.
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Vilhelm Hammershøi
Danza della polvere al sole (1900)
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Natureza


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Natureza
Natura


Meus versos que afinal sois naturais
Como as rosas, os montes, as nascentes,
De que abismos chegais?
Desceis de que vertentes?

E as cândidas de neve ou rubras como lume
Naturais rosas dos poetas,
Mergulham em que estrume
As raízes secretas?

De monte em monte o eco se responde
Dos montes naturais por i além.
Vai extinguir-se, aonde?
Vem, donde vem?

As águas naturais que entre granitos
À luz afloram,
Por que arrastam cadáveres, detritos,
E sobre lodo cantam, choram?

Sou eu que vos componho, ou vós que me criais,
Meus versos hoje nus e secos,
Meus versos que afinal sois naturais,
− Rosas e estrume, águas e lodo, montes, ecos...?
Versi miei, che in fondo siete naturali
Come le rose, le sorgenti, i monti,
Da quali baratri giungete?
Venite giù da quali versanti?

E candide come neve o come vampe accese
Le rose naturali dei poeti,
In che concime affondano
Le loro radici segrete?

Di monte in monte va l’eco risuonando
Dai monti naturali e avanti senza fine.
Ma dove si va esaurendo?
E da dove proviene?

Le acque naturali che dai graniti
Alla luce emergono,
Perché trascinano salme, detriti,
E sulla melma cantano, piangono?

Sono io che vi scrivo, o voi che mi create,
Versi miei, oggi spogli e secchi,
Versi miei, che in fondo siete naturali,
− Rose e concime, acque e melma, monti, echi...?
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Misato Suzuki
Forest dune (2023)
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Monólogo a dois


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Monólogo a dois
Monologo a due


Sábia talvez inconsciente,
Doseando com volúpia, uma ancestral sofreguidão,
Ali onde o desejo mais me dói, mais exigente,
Me acaricia a tua mão.

De olhos fechados me abandono, ouvindo
Meu coração pulsar, meu sangue discorrer,
E sob a tua mão, na asa do sonho, eis-me subindo
Àquele auge em que todo, em alma e corpo, vou
 morrer…
Sapiente, forse incosciente,
Dosando con sensualità un’ancestrale brama,
Là dove la smania più mi tormenta, più esigente,
Mi accarezza la tua mano.

Ad occhi chiusi m’abbandono, sentendo
Il mio cuore pulsare, il mio sangue defluire,
E sotto la tua mano, sull’ali del sogno, ecco raggiungo
Quell’auge ove io intero, anima e corpo, sto per
 morire…
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Lucian Freud
Bella and Esther (1988)
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Momento


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Momento
Momento


Quem, nos meus olhos ardentes,
Na minha testa cansada,
Perpassa os dedos clementes,
Poisa a mão fresca orvalhada…?

Talvez a brisa da tarde,
Que passa, e não faz alarde…
Talvez a brisa da tarde!
Sim, só a brisa; e mais nada.
Chi, sui miei occhi ardenti,
Sulla mia fronte esaurita,
Passa le dita clementi
Posa la mano fresca di rugiada…?

Forse il vento della sera,
Che passa e non se ne fa vanto…
Forse il vento della sera!
Sì, solo il vento; e null’altro.
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Samuel de Wilde
Testa di uomo con capelli al vento (1810-1820)
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Lágrima


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Lágrima
Lacrima


Sem que eu a esperasse,
Rolou aquela lágrima
No frio e na aridez da minha face.
Rolou devagarinho...,
Até à minha boca abriu caminho.
Sede! o que eu tenho é sede!
Recolhi-a nos lábios e bebi-a.
Como numa parede
Rejuvenesce a flor que a manhã orvalhou,
Na boca me cantou,
Breve como essa lágrima,
Esta breve elegia.
Senza che me l’aspettassi,
Scese quella lacrima
Sulla freddezza e sull’apatia del mio viso.
Scese pian pianino...,
Sino alla mia bocca s’aprì il cammino.
Sete! quello che provo è sete!
La raccolsi tra le labbra e la bevvi.
Come lungo una parete
Si ravviva un fiore rorido nel mattino,
Cantò nella bocca mia,
Breve come quella lacrima,
Questa breve elegia.
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Francesco Vezzoli
Il guanto d'amore (2010)
(after de Chirico and Jean Genet)
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