A noite chega, nascem baldios lunares...


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Giunge la notte, nascono deserti lunari...

A noite chega, nascem baldios lunares
Vejo-te afastar, caminhas para o carro
A manquejar de um joelho,
Subitamente pequena e frágil,
E eu morro noutra direcção.
O amor que já perdido levo em mim,
O amor pelos cafés em pedaços escondido,
Podia salvar dez ou cem vezes
Este mundo de todo o desamor,
Ou talvez não: também o amor é opinião.
A ausência avançou com a noite,
O teu cansaço poderia deter ciclones,
Mas esta dor não vencerá nada,
Não seria capaz de agitar uma folha,
E, sendo tão real, não é sequer um grão.
Caminhas para o carro,
Vou-me fechando com a noite,
Fechando e partindo, fechando e acabando.
O ar é de uma salsugem ferruginosa
E eis o que fica – inverno e cimento.

Giunge la notte, nascono deserti lunari
Ti vedo andar via, cammini verso la macchina
Con un ginocchio che ti fa zoppicare,
E all’istante sei piccola e fragile,
Mentre io muoio nell’altra direzione.
L’amore che, ormai perduto, porto in me,
L’amore infranto, dissimulato nei caffè,
Avrebbe potuto salvare cento volte
Questo mondo da tutto il disamore,
O forse no: anche l’amore è un’opinione.
L’assenza è avanzata con la notte,
La tua stanchezza potrebbe arrestar cicloni,
Ma questo dolore non vincerà nulla,
Non riuscirebbe a muovere una foglia,
E, pur così reale, è meno d’un granello.
Mentre cammini verso la macchina,
Mi vado richiudendo nella notte,
Richiudendo e partendo, richiudendo e finendo.
L’aria è d’una salsedine ferruginosa
E inverno e cemento è tutto ciò che resta.

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Victor Hugo Altwies (1871)

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