A noite fugindo…



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A noite fugindo…
La notte che fugge…


A noite fugindo pela saudade dentro,
A saudade entrando pelo teu rosto,
Luz insone e constante
Que narra a tua memória.
 
Por onde se desperta,
Onde é que a folhagem do sono acaba,
Vencer este sono sonâmbulo
Que és tu, apenas tu?
 
Tu não és o tanto – és o tudo
E nunca o tudo poderá ser tanto como tu,
Farol narrando o rumo na bruma,
Tu serás sempre o chamamento do fim.
 
Dividido, soltando sonhos na deriva do ar
Deixo cair a cabeça no incerto amplexo do sono.
La notte che fugge fin dentro al rimpianto,
Il rimpianto che appare sopra il tuo viso,
Luce insonne e costante
Che narra la tua memoria.

Dov’è che ci si ridesta,
Là dove il fogliame del sonno finisce,
Per vincere questo sonno sonnambulo
Che sei tu, solo tu?

Tu non sei il tanto – sei il tutto
E mai il tutto potrà esser tanto come te,
Faro che narra la rotta nella bruma,
Tu sempre sarai il richiamo della fine.

Combattuto, liberando sogni alla mercé dell’aria
Il capo abbandono all’incerto amplesso del sonno.
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Odilon Redon
Donna tra i fiori (1910)
...

O passo do anjo


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O passo do anjo
Il passo dell’angelo


Pelas escarpas, nos atalhos de areia e erva
em matas sombrias onde as faias se renovam
os animais já não vigiam
já ninguém os persegue

a chuva desenha círculos perfeitos
nos poços dos aldeões
como nos charcos

o restolhar de prata da folhagem
previne do passo do anjo, na escuridão
Lungo i dirupi, sui tratturi di sabbia ed erba
in macchie ombrose ove si rinnovano i faggi
gli animali non stanno più all’erta
ormai più nessuno li bracca

la pioggia disegna dei cerchi perfetti
nei pozzi dei villici
come nelle paludi

l’argentino fruscio del fogliame
preannuncia, nel buio, il passo dell’angelo
________________

Aniela Preston
I am not afraid of god I am afraid of man (2024)
...

O esterco do mundo


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O esterco do mundo
L’immondizia del mondo


  Tenho amigos que rezam a Simone Weil
  Há muitos anos reparo em Flannery O’Connor

Rezar deve ser como essas coisas
que dizemos a alguém que dorme
temos e não temos esperança alguma
só a beleza pode descer para salvar-nos
quando as barreiras levantadas
permitirem
às imagens, aos ruídos, aos espúrios sedimentos
integrar o magnífico
cortejo sobre os escombros

Os orantes são mendigos da última hora
remexem profundamente através do vazio
até que neles
o vazio deflagre

São Paulo explica-o na Primeira Carta aos Coríntios,
“até agora somos o esterco do mundo”,
citação que Flannery trazia à cabeceira
  Ho degli amici che pregano Simone Weil
  Io da molti anni seguo Flannery O’Connor

Pregare dev’essere come quelle cose
che si dicono a chi è addormentato
che si abbia o non si abbia qualche speranza
la bellezza soltanto può scendere per salvarci
quando le sbarre sono sollevate
consentendo
alle immagini, ai rumori, ai depositi spuri
di entrare a far parte della magnifica
sfilata che procede tra i detriti

I fedeli sono dei bisognosi dell’ultima ora
che vanno a frugare a fondo nel vuoto
finché dentro di loro
quel vuoto deflagri

San Paolo lo espone nella Prima Lettera ai Corinzi,
“fino ad ora siamo stati l’immondizia del mondo”,
la citazione che Flannery teneva sul comodino.
________________

Pablo Picasso
Poveri in riva al mare (1903)
...

Clandestinos


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Clandestinos
Clandestini


  O poesia tu più non tornerai
    Dino Campana

Clandestinos serão sempre os anjos de Iahwé

Enchem os primeiros autocarros para o centro
lêem o jornal de distribuição gratuita
à espera que de novo o mar se rasgue
num quarto sub-alugado da periferia
onde em vez de Corte Inglés e Continente
os supermercados se chamam Lidl ou Discount

É fácil detectar seu rosto transparente
pois pertence-lhes a solidão como um zumbido
imerso, inactual, impreciso
semelhante ao dos bosques vedados onde já não
 se colhe
as castanhas, a lenha morta

Nas grandes praças da Europa por onde quer que se vá
o mesmo rosto detrás dos vidros policiais
uma espécie de fantasma
indivisível, muito para lá dos confins
embora o êxodo exija agora estrita documentação

Todos os textos conspiram contra a materialidade do
 corpo
por isso há quem acredite na sua ressurreição
  O poesia tu più non tornerai
    Dino Campana

Per sempre clandestini saranno gli angeli di Jahvé

Affollano i primi autobus per il centro
leggono il giornale a diffusione gratuita
in attesa che di nuovo il mare si spalanchi
in una stanza subaffittata della periferia
dove invece che Corte Inglés e Continente
i supermercati si chiamano Lidl o Discount

È facile individuare il loro viso trasparente
perché a loro appartiene la solitudine simile a un fruscio
sommerso, antiquato, indefinito
simile a quello di quei boschi dove ormai è proibito
 andare
per raccogliere castagne e legna secca

Nelle grandi piazze d’Europa dovunque ci si rechi
la stessa faccia dietro gli schermi della polizia
una specie di fantasma
indivisibile, parecchio oltre i confini
pur se ora l’esodo esiga documenti a non finire

Tutti i testi congiurano contro la materialità del
 corpo
per questo alcuni credono nella sua resurrezione
________________

Tamara de Lempicka
I rifugiati (1937)
...

A noite abre meus olhos


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A noite abre meus olhos
La notte mi apre gli occhi


Caminhei sempre para ti sobre o mar encrespado
na constelação onde os tremoceiros estendem
rondas de aço e charcos
no seu extremo azulado

Ferrugens cintilam no mundo,
atravessei a corrente unicamente às escuras
construí minha casa na duração
de obscuras línguas de fogo, de lianas, de líquenes

A aurora para a qual todos se voltam
leva meu barco da porta entreaberta

o amor é uma noite a que se chega só
Per te ho sempre camminato sopra un mare agitato
nella costellazione dove i lupini allargano
cerchi d’acciaio e pantani
nel loro ceruleo margine

Nel mondo luccicano ruggini,
ho attraversato la corrente solamente al buio
ho edificato la mia casa nella durata
di cupe lingue di fuoco, di liane e licheni

L’aurora verso cui tutti si volgono
guida la mia barca attraverso una porta socchiusa

l’amore è una notte a cui si giunge soli
________________

Félix Vallotton
Bassa marea a Villerville (1922)
...

A estrada branca


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A estrada branca
La strada bianca


Atravessei contigo a minuciosa tarde
deste-me a tua mão, a vida parecia
difícil de estabelecer acima do muro alto

folhas tremiam
ao invisível peso mais forte

Podia morrer por uma só dessas coisas
que trazemos sem que possam ser ditas:
astros cruzam-se numa velocidade que apavora
inamovíveis glaciares por fim se deslocam
e na única forma que tem de acompanhar-te
o meu coração bate
Con te ho attraversato la sera meticolosa
mi hai dato la tua mano, la vita sembrava
difficile da organizzare dalla cima del muro

tremavano le foglie
sotto quel crescente peso invisibile

Avrei potuto morire per una sola di quelle cose
che portiamo in noi senza poterle dire:
s’incrociano astri ad una velocità spaventosa
ghiacciai inamovibili col tempo si spostano
e nell’unico modo che ha d’accompagnarti
batte il mio cuore
________________

Vincent van Gogh
Due pioppi tra le colline (1889)
...

Às escondidas


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De Igual Para Igual (2001) »»
 
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Às escondidas
Di nascosto


Os primeiros chuviscos restituem-nos
o incrível cheiro da terra
mas nós estaremos quem sabe longe
do que tem significado

Preenchemos a inscrição numa piscina municipal
não sabemos bem o motivo ou não dizemos a ninguém
como os dias nos pedem a dureza
ofegante, instintiva
que têm para os nadadores as braçadas

Uma sombra nos acalma
Uma claridade nos dói
Cedo receamos a felicidade daquelas imagens
que reeencontramos dentro de nós
e não se ligam a nada
Le prime piogge ci riportano
l’incredibile profumo della terra
ma noi forse saremo distanti
da ciò che ha un significato

Compiliamo l’iscrizione a una piscina municipale
non sappiamo bene il motivo o non lo diciamo a nessuno
dato che i tempi esigono da noi la durezza
assillante, istintiva
che i nuotatori hanno nelle loro bracciate

Un’ombra ci acquieta
Un fulgore ci ferisce
Presto temiamo la felicità di quelle immagini
che ritroviamo dentro di noi
e a nulla si ricollegano
________________

Leonardo Hidalgo
Cool sunday (2015)
...

Uma coisa a menos para adorar


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Baldios (1999) »»
 
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Uma coisa a menos para adorar
Una cosa in meno da adorare


Já vi matar um homem
é terrível a desolação que um corpo deixa
sobre a terra
uma coisa a menos para adorar
quando tudo se apaga
as paisagens descobrem-se perdidas
irreconciliáveis

entendes por isso o meu pânico
nessas noites em que volto sem razão nenhuma
a correr pelo pontão de madeira
onde um homem foi morto

arranco como os atletas ao som de um disparo seco
mas sou apenas alguém que de noite
grita pela casa

há quem diga
a vida é um pau de fósforo
escasso demais
para o milagre do fogo

hoje estive tão triste
que ardi centenas de fósforos
pela tarde fora
enquanto pensava no homem que vi matar
e de quem não soube nunca nada
nem o nome
Ho già visto uccidere un uomo
terribile è la desolazione che un corpo lascia
sulla terra
Una cosa in meno da adorare
quando tutto si cancella
i paesaggi si rivelano perduti
inconciliabili

capirai dunque il mio panico
in quelle notti in cui senz’alcuna ragione torno
a correre lungo il ponte di legno
dove un uomo fu ucciso

scatto come gli atleti al suono secco d’uno sparo
ma sono appena uno che di notte
grida per la casa

c’è chi dice
che la vita è un fiammifero
troppo minuscolo
per il miracolo del fuoco

oggi ero talmente triste
che ho bruciato centinaia di fiammiferi
per tutto il pomeriggio
mentre pensavo all’uomo che ho visto uccidere
e di cui non ho mai saputo nulla
nemmeno il nome
________________

Andy Warhol
Il grido (da Munch) (1984)
...

Destino



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Nuno Rocha Morais »»
 
Poesie inedite »»
nunorochamorais.blogspot.com (agosto 2025) »»
 
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Destino
Destino


O centro do sol
Oferece-nos vogais.
Pelo espaço oscilam
Linhas invisíveis.
Daquela que seguirmos
Herdaremos um dia.
Il centro del sole
Ci dona vocali.
Nello spazio fluttuano
Linee invisibili.
Di quella che seguiremo
Un giorno saremo eredi.
________________

Piero Dorazio
Rosa Rosae (1986)
...

Se me puderes ouvir


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Se me puderes ouvir
Se mi puoi sentire


O poder ainda puro das tuas mãos
é mesmo agora o que mais me comove
descobrem devagar um destino que passa
e não passa por aqui

à mesa do café trocamos palavras
que trazem harmonias
tantas vezes negadas:
aquilo que nem ao vento sequer
segredamos

mas se hoje me puderes ouvir
recomeça, medita numa viagem longa
ou num amor
talvez o mais belo
Il potere ancor puro delle tue mani
proprio ora è ciò che più mi commuove
scoprono a poco a poco un destino che passa
e non passa di qui

al tavolino del caffè scambiamo parole
cariche d’armonie
tante volte negate:
cose che neppure al vento
confessiamo

ma se oggi tu mi puoi sentire
ricomincia, progetta un lungo viaggio
o un amore
forse il più bello
________________

Gerhard Richter
Mani (1963)
...

Da verdade do amor


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Da verdade do amor
Sulla verità dell’amore


Da verdade do amor se meditam
relatos de viagens confissões
e sempre excede a vida
esse segredo que tanto desdém
guarda de ser dito

pouco importa em quantas derrotas
te lançou
as dores os naufrágios escondidos
com eles aprendeste a navegação
dos oceanos gelados

não se deve explicar demasiado cedo
atrás das coisas
o seu brilho cresce
sem rumor
Sulla verità dell’amore si elaborano
resoconti di viaggi confessioni
ed è sempre più grande della vita
questo segreto che tanto sprezzo
impedisce che sia rivelato

poco importa in quante disfatte
t’ha sbattuto
i dolori i naufragi nascosti
da questi hai imparato a navigare
gli oceani gelati

Non deve esser svelato troppo presto
dietro le cose
il suo bagliore cresce
senza rumore
________________

François Etienne Musin
HMS Erebus tra i ghiacci (1846)
...

Saudades de Alexandria


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Longe não sabia (1997) »»
 
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Saudades de Alexandria
Nostalgia di Alessandria


Posso dizer a idade da sombra
onde o nome repousa
mas é um jogo mortal
deixar esse abismo
descoberto
alguém pode encontrar a morte

Posso dizer: recuperem dos espelhos
as sublimes imagens
tragam-me a beleza antiga
um dia incendiada

Ah tenho saudades de Alexandria
onde os poemas se escreviam
para o fogo
o único recitador tão perfeito
que não se repete.
Posso dire l’età dell’ombra
ove il nome riposa
ma è un gioco mortale
lasciare quest’abisso
scoperto
qualcuno potrebbe trovarvi la morte

Posso dire: recuperate dagli specchi
le immagini sublimi
riportatemi l’antica bellezza
un giorno incendiata

Ah ho nostalgia di Alessandria
ove si scrivevano le poesie
per il fuoco
l’unico declamatore così perfetto
che non richiede repliche.
________________

Ceramica di Aslı Çavuşoğlu
Mucem, Marsiglia. I due volti di Alessandria (2013)
...

Ver é dor…


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Ver é dor…
Vedere è dolore


ver
é dor
ouvir
é dor
ter
é dor
perder
é dor

só doer
não é dor
delícia
de experimentador
vedere
è dolore
udire
è dolore
avere
è dolore
perdere
è dolore

solo addolorare
non è dolore
è diletto
da sperimentatore
________________

Henri Martin
Il dolore (1893)
...

Verdura


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Verdura
Verzura


de repente
me lembro do verde
da cor verde
a mais verde que existe
a cor mais alegre
a cor mais triste
o verde que vestes
o verde que vestiste
o dia em que eu te vi
o dia em que me viste

de repente
vendi meus filhos
a uma família americana
eles têm carro
eles têm grana
eles têm casa
a grama é bacana
só assim eles podem voltar
e pegar um sol em Copacabana
d’un tratto
rammento il verde
del color verde
il più verde che esiste
il più allegro dei colori
il più triste dei colori
il verde che tu indossi
il verde che indossavi
il giorno che ti vidi
il giorno che mi vedesti

d’un tratto
ho venduto i miei figli
a una famiglia americana
loro hanno la macchina
loro hanno la grana
loro hanno una casa
e l’erba è di quella buona
solo così potranno tornare
ad abbronzarsi a Copacabana
________________

Jan Van Eyck
I coniugi Arnolfini (1434)
...

Um poema


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Um poema
Una poesia


um poema
que não se entende
é digno de nota

a dignidade suprema
de um navio
perdendo a rota
una poesia
che non si comprende
è degna di nota

la dignità suprema
d’un vascello
che perde la sua rotta
________________

Marcus Larson
Vascello nella tempesta (1852)
...

Um bom poema


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Um bom poema
Una buona poesia


um bom poema
leva anos
  cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
  seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
  sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
  três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
  uma eternidade, eu e você,
caminhando junto
una buona poesia
ci mette degli anni
  cinque giocando a pallone,
altri cinque studiando il sanscrito,
  sei trasportando una roccia,
nove flirtando con la vicina,
  sette facendo a cazzotti,
quattro standosene da solo,
  tre cambiando città,
dieci cambiando argomento,
  un’eternità, io e te,
camminando accanto
________________

Penelope van Hoorn
Pensieri colorati (2025)
...

Quando eu tiver setenta anos…


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Quando eu tiver setenta anos…
Quando compirò settant’anni…


quando eu tiver setenta anos então
vai acabar esta adolescência

vou largar da vida louca
e terminar minha livre docência

vou fazer o que meu pai quer
começar a vida com passo perfeito

vou fazer o que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidades

de virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito

então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência
quando compirò settant’anni allora
avrà fine quest’adolescenza

la smetterò con la pazza vita
e lascerò la mia libera docenza

farò ciò che desidera mio padre
riprenderò la vita con ritmo perfetto

farò ciò che desidera mia madre
cogliere le buone occasioni

diventare un pilastro della società
e concludere il mio corso di diritto

così da veder tutto in integra coscienza
quando avrà fine quest’adolescenza
________________

Charles-Antoine Coypel
L’allegro Democrito (1746)
...

Nuvola degli autori (e alcune opere)

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