Para além do Pont Adolphe...


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Para além do Pont Adolphe...
Al di là del Pont Adolphe...


Para além do Pont Adolphe, a vida é outra,
A noite é de carne.
Para além do Pont Adolphe, fica o bairro das putas,
As ruas dos cabarés, a minha casa.
Para além do Pont Adolphe,
Há tantas putas como anjos, que saem das igrejas;
As putas esvoaçam em torno dos pináculos,
Os anjos arrastam-se e tropeçam nas asas.
Para além do Pont Adolphe, eu casei contigo,
E não terás de voltar para ninguém a certa hora.
Para além do Pont Adolphe, a tristeza
Já não será sargaço nos teus olhos,
A alma já não é uma casamata,
Nenhuma dor inventou as lágrimas
E a implosão delas, o engolir delas.
Para além do Pont Adolphe, já não precisas de esconder
Os livros que te dou, as páginas não precisam de arder,
O meu nome despiu-se de todas a peçonha.
Mas nunca atravessaremos o Pont Adolphe.
...

Al di là del Pont Adolphe, la vita è differente,
La notte è di carne.
Al di là del Pont Adolphe, c’è il rione delle puttane,
Le vie dei cabaret, la mia casa.
Al di là del Pont Adolphe,
Ci sono tante puttane come angeli, che escono dalle chiese;
Le puttane svolazzano intorno ai pinnacoli,
Gli angeli si trascinano e inciampano nelle ali.
Al di là del Pont Adolphe, con te mi son sposato,
Così non dovrai tornare da nessuno a una cert’ora.
Al di là del Pont Adolphe, la tristezza
Più non sarà sargasso nei tuoi occhi,
L’anima non è più un bunker,
Non c'è più dolore che ha inventato le lacrime
Per poi farle implodere, per farle ingoiare.
Al di là del Pont Adolphe, più non devi nascondere
I libri che ti dono, le pagine non dovranno bruciare,
Il mio nome s’è mondato da tutto il veleno.
Ma non attraverseremo mai il Pont Adolphe.
...

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Cartolina postale
Luxembourg, Le Pont Adolphe (1935)
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