Encontrei-te num labirinto...


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Encontrei-te num labirinto...
Ti ho trovata in un labirinto...


Encontrei-te num labirinto de histórias,
Como uma imensa colmeia
Onde se prepara para morrer a rainha
E, em breve, todo o mel arderá
Na pira de um ínfimo império.
Encontrei-te de súbito ao meu lado
Na escuridão de cinemas,
Na escuridão de sonhos.
Encontrei-te só para te perder,
Para apenas ficar com este fio cortado nas mãos.
Não me concederás sequer um espectro
Para me guiar por entre as sombras
Geradas pelo escuro coração?
Já nem o fio de Ariadne é fidedigno,
Esta meada que é saber de ti, da tua existência,
Embora o fim do fio te esconda para sempre?
Mordíamo-nos como víboras
A quem só o veneno resta de amor.
Éramos esta nudez pousando, desconfiada, no corpo,
Aterrada como a folhagem quando o vento
Soprou pela primeira vez sobre a terra,
Aterrada como a luz do primeiro relâmpago
Que fendeu o coração do céu –
E assim nós, fulminados pelo encontro.
...

Ti ho trovata in un labirinto di storie,
Come un immenso alveare
Ove s’appresta a morire la regina
E, tra breve, tutto il miele arderà
Sulla pira d’un minuscolo impero.
Ti ho trovata d’un tratto al mio fianco
Nell’oscurità dei cinema,
Nell’oscurità dei sogni.
Ti ho trovata solamente per perderti,
Per restare solo con questo filo reciso tra le mani.
Non mi concederai neppure uno spettro
Che mi faccia da guida tra le ombre
Generate dal mio cuore oscuro?
Neppure il filo d’Arianna sarà più affidabile,
Questo groviglio che è il sapere di te, della tua esistenza,
Seppure la fine del filo ti nasconda per sempre?
Ci siamo morsi come vipere
A cui dell’amore non resta che il veleno.
Eravamo questa nudità adagiata, guardinga, sul corpo,
Sgomenta come il fogliame quando il vento
Spirò per la prima volta sulla terra,
Sgomenta come la luce del primo fulmine
Che trafisse il cuore del cielo –
E così noi, fulminati dall’incontro.
...

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Aldo Romano
Nautilus Labirinto (1988)

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