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Elogios de Charles Baudelaire - I
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Elogi di Charles Baudelaire - I
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Os mortos
Nas desoladas noites dos cemitérios
os mortos fumam maconha.
E são tão grandes as suas tristezas
que não cabem nas tumbas úmidas.
Se levantam, então, dos estreitos caixões
onde esquecidos bóiam,
e descem gelados
pelos espessos caminhos da memória.
São humildes como os cães de igreja.
Vêm com o vento e batem tímidos
à minha, à tua porta.
Em vão, perguntas no escuro: – Quem é?
Não te respondem,
mas já estão ao teu lado.
Amantes traídos,
remexem em velhos baús
daguerreótipos empoeirados.
Passeiam obsessivos chinelos pela sala.
Depois,
no pouco tempo que lhes resta,
revivem detalhes,
namoram tua face,
enquanto dormes.
E mal nascem as luzes sobre o vale,
se recolhem ainda mais tristes,
ao seu estranho país das flores de pedra,
mas seus corações enormes
ainda batem nas covas,
sob sete pesados palmos de terra.
Nas desoladas noites dos cemitérios
os mortos fumam maconha.
E são tão grandes as suas tristezas
que não cabem nas tumbas úmidas.
Se levantam, então, dos estreitos caixões
onde esquecidos bóiam,
e descem gelados
pelos espessos caminhos da memória.
São humildes como os cães de igreja.
Vêm com o vento e batem tímidos
à minha, à tua porta.
Em vão, perguntas no escuro: – Quem é?
Não te respondem,
mas já estão ao teu lado.
Amantes traídos,
remexem em velhos baús
daguerreótipos empoeirados.
Passeiam obsessivos chinelos pela sala.
Depois,
no pouco tempo que lhes resta,
revivem detalhes,
namoram tua face,
enquanto dormes.
E mal nascem as luzes sobre o vale,
se recolhem ainda mais tristes,
ao seu estranho país das flores de pedra,
mas seus corações enormes
ainda batem nas covas,
sob sete pesados palmos de terra.
I morti
Nelle desolate notti dei cimiteri
i morti fumano erba.
E così grandi sono le loro tristezze
da non star dentro alle tombe umide.
Si alzano, allora, dalle strette bare
ove dimenticati giacciono,
ed escono gelati
lungo gli spessi sentieri della memoria.
Sono umili come i cani in chiesa.
Arrivano col vento e bussano timidi
alla mia, alla tua porta.
Invano, al buio tu chiedi: – Chi è?
Non ti rispondono,
ma già ti stanno accanto.
Amanti traditi,
rovistano nei vecchi bauli
tra dagherrotipi impolverati.
Vagano, ciabattando ossessivi, per la sala.
Poi,
nel poco tempo che rimane,
rivivono dettagli,
vezzeggiano il tuo viso,
mentre dormi.
E allo spuntare della luce sulla valle,
si radunano ancora più tristi,
nel loro strano paese dei fiori di pietra,
ma i loro cuori enormi
ancora battono nelle fosse,
sotto sette pesanti palmi di terra.
Nelle desolate notti dei cimiteri
i morti fumano erba.
E così grandi sono le loro tristezze
da non star dentro alle tombe umide.
Si alzano, allora, dalle strette bare
ove dimenticati giacciono,
ed escono gelati
lungo gli spessi sentieri della memoria.
Sono umili come i cani in chiesa.
Arrivano col vento e bussano timidi
alla mia, alla tua porta.
Invano, al buio tu chiedi: – Chi è?
Non ti rispondono,
ma già ti stanno accanto.
Amanti traditi,
rovistano nei vecchi bauli
tra dagherrotipi impolverati.
Vagano, ciabattando ossessivi, per la sala.
Poi,
nel poco tempo che rimane,
rivivono dettagli,
vezzeggiano il tuo viso,
mentre dormi.
E allo spuntare della luce sulla valle,
si radunano ancora più tristi,
nel loro strano paese dei fiori di pietra,
ma i loro cuori enormi
ancora battono nelle fosse,
sotto sette pesanti palmi di terra.
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Sergio Padovani Atto di dolore (2023) |
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