Sabes leitor...


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Sabes leitor...
Sai, lettore...


Sabes leitor, que estamos ambos na mesma página
E aproveito o facto de teres chegado agora
Para te explicar como vejo o crescer de uma magnólia.
A magnólia cresce na terra que pisas - podes pensar
Que te digo alguma coisa não necessária, mas podia
 ter-lhe dito, acredita,
Que a magnólia te cresce como um livro entre as mãos.
 Ou melhor,
Que a magnólia - e essa é a verdade - cresce sempre
Apesar de nós.
Essa raiz para a palavra que ela lançou no poema
Pode bem significar que no ramo que ficar desse lado
A flor que se abrir é já um pouco de ti, e a flor que te
 estendo,
Mesmo que a recuses
Nunca a poderei conhecer, nem jamais, por muito que
 a ame,
A colherei.

A magnólia estende contra a minha escrita a tua sombra
E eu toco na sombra da magnólia como se pegasse na
 tua mão.
Sai, lettore, che stiamo tutti e due nella stessa pagina
e colgo l’occasione d’essere arrivato ora
per spiegarti come io vedo la crescita d’una magnolia.
La magnolia cresce nella terra che calpesti - puoi pensare
che ti sto dicendo una cosa inutile, ma avrei potuto dirti,
 credi,
che la magnolia ti cresce come un libro tra le mani.
 O meglio,
che la magnolia - e questa è la verità - cresce sempre
indipendentemente da noi.
Questa radice della parola che lei ha inserito nella poesia
può significare che sul ramo che sporge da questa parte
il fiore che sboccerà è già un poco di te, e il fiore che ti
 porgo,
anche se lo rifiuti
non lo potrai mai conoscere, né giammai, per quanto tu
 lo ami,
lo coglierai.

La magnolia allunga verso le mie parole la tua ombra
e io tasto l’ombra della magnolia come se prendessi la
 tua mano.
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Honoré Daumier
Il lettore (II metà del XIX sec.)
...

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