A batalha


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
José Eduardo Degrazia »»
 
A urna Guarani (2004) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


A batalha
La battaglia


1.
Cavalos em disparada
nas coxilhas do tempo.

Fronteiras que distanciam
as estâncias, querência.

Barro e rio vermelho,
lenço colorado de sangue.

Piquete investindo dobras
da memória, a ponte.

Soldado varado de bala,
ponta de baioneta, faca.

O grito estridente do clarim,
lenços brancos, metais.

Lenços brancos e vermelhos
entreverados no pó.

Patas de cavalo, tiros de metralha,
medalha no peito do morto.


2.
A vitória no aço, no punho,
na bandeira cortada de punhais.

Grito de quero-quero no campo
alertando os sitiados.

O olhar de ódio, o olhar de dor,
o olhar do covarde que foge.

Tiro de canhão abrindo muros,
carga de cavalaria desembestada.

Combate de homens sedentos
que morrem sem saber.

Combate de homens famintos
que tombam para esquecer.

Combate de homens, mitos,
morrem, enfim, indefinidos.

1.
Cavalli a briglia sciolta
sulle pianure del tempo.

Frontiere che distanziano
le soste, stallaggio.

Argilla e fiume rosso,
fazzoletto tinto di sangue.

Picchetto che attacca pieghe
della memoria, il ponte.

Soldato colpito da pallottola,
punta di baionetta, lama.

Il grido stridulo della tromba,
fazzoletti bianchi, metalli.

Fazzoletti bianchi e rossi
sparpagliati nella polvere.

Zoccoli di cavallo, colpi di mitraglia,
medaglia sul petto del morto.


2.
La vittoria con l’acciaio, col pugno,
con la bandiera tagliata dai pugnali.

Grido di pavoncella nel campo
preavviso per gli assediati.

Lo sguardo d’odio, lo sguardo di dolore,
lo sguardo del codardo che fugge.

Tiro di cannone che apre i muri,
carica irrefrenabile di cavalleria.

Lotta di uomini assetati
che muoiono senza saperlo.

Lotta di uomini affamati
che cadono per dimenticare.

Lotta di uomini, miti,
muoiono, alla fine, indefiniti.

________________

Robert Capa
Morte di un miliziano lealista (1936)
...

Nessun commento:

Posta un commento

Nuvola degli autori (e alcune opere)

A. M. Pires Cabral (44) Adélia Prado (40) Adolfo Casais Monteiro (36) Adriane Garcia (40) Affonso Romano de Sant’Anna (41) Al Berto (38) Albano Martins (41) Alexandre O'Neill (29) Ana Cristina Cesar (39) Ana Elisa Ribeiro (40) Ana Hatherly (43) Ana Luísa Amaral (40) Ana Martins Marques (48) Antônio Cícero (40) António Gedeão (37) António Ramos Rosa (39) Augusto dos Anjos (50) Caio Fernando Abreu (40) Carlos Drummond de Andrade (43) Carlos Machado (107) Casimiro de Brito (40) Cecília Meireles (37) Conceição Evaristo (33) Daniel Faria (40) Dante Milano (33) David Mourão-Ferreira (40) Donizete Galvão (41) Eugénio de Andrade (34) Ferreira Gullar (39) Fiama Hasse Pais Brandão (38) Francisco Carvalho (40) Galeria (27) Gastão Cruz (40) Gilberto Nable (46) Hilda Hilst (41) Inês Lourenço (40) João Cabral de Melo Neto (44) João Guimarães Rosa (33) João Luís Barreto Guimarães (40) Jorge de Sena (40) Jorge Sousa Braga (40) José Eduardo Degrazia (40) José Gomes Ferreira (41) José Saramago (40) Lêdo Ivo (33) Luis Filipe Castro Mendes (40) Manoel de Barros (36) Manuel Alegre (41) Manuel António Pina (32) Manuel Bandeira (40) Manuel de Freitas (41) Marina Colasanti (38) Mário Cesariny (34) Mario Quintana (38) Miguel Torga (31) Murilo Mendes (32) Narlan Matos (85) Nuno Júdice (32) Nuno Rocha Morais (435) Pássaro de vidro (52) Poemas dos dias (23) Poemas Sociais (30) Reinaldo Ferreira (22) Ronaldo Costa Fernandes (42) Rui Pires Cabral (44) Ruy Belo (28) Ruy Espinheira Filho (43) Ruy Proença (41) Sophia de Mello Breyner Andresen (32) Tesoura cega (35) Thiago de Mello (38) Ultimos Poemas (103) Vasco Graça Moura (40) Vinícius de Moraes (34)