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Desse lugar não há caminho...
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Da questo posto non c’è via di ritorno...
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Desse lugar não há caminho em que se venha.
E, no entanto, eu a vejo ali,
junto às flores secas do jardim,
há tanto tempo abandonado.
Mas vejo uma mulher imóvel,
como se dentro de um quadro,
sendo a moldura o canteiro,
ou meu pobre olhar amargurado.
Os pés estão quase suspensos,
e o corpo se fez de fino pólen.
Ainda posso enxergar a face,
que, apesar de tudo, me sorri.
Vinda de onde não se vem,
permanece sentada no jardim.
Tenho receio de assustá-la,
com qualquer ruído ou movimento.
Não posso, sequer, me aproximar.
Devo olhá-la de longe, cuidadoso,
sem dizer uma única, só palavra,
sempre calado e sempre distante.
E penso quando irá embora,
se poderá voltar outro dia,
dessa ausência de muitos anos,
e dessa vasta e lenta agonia.
E, no entanto, eu a vejo ali,
junto às flores secas do jardim,
há tanto tempo abandonado.
Mas vejo uma mulher imóvel,
como se dentro de um quadro,
sendo a moldura o canteiro,
ou meu pobre olhar amargurado.
Os pés estão quase suspensos,
e o corpo se fez de fino pólen.
Ainda posso enxergar a face,
que, apesar de tudo, me sorri.
Vinda de onde não se vem,
permanece sentada no jardim.
Tenho receio de assustá-la,
com qualquer ruído ou movimento.
Não posso, sequer, me aproximar.
Devo olhá-la de longe, cuidadoso,
sem dizer uma única, só palavra,
sempre calado e sempre distante.
E penso quando irá embora,
se poderá voltar outro dia,
dessa ausência de muitos anos,
e dessa vasta e lenta agonia.
Da questo posto non c’è via di ritorno.
E, tuttavia, io la vedo lì,
vicina ai fiori secchi del giardino,
già da tanto tempo abbandonato.
Ma vedo una donna immobile,
come se stesse in un quadro,
incorniciato dal bordo dell’aiuola,
o dal mio mesto sguardo addolorato.
I piedi sono quasi sospesi,
e il corpo è polline sottile.
Ancora posso contemplarle il viso,
che, malgrado tutto, mi sorride.
Tornata da dove non si torna,
rimane lì seduta nel giardino.
Ho timore di incuterle spavento,
con qualche rumore o movimento.
Non posso neppure avvicinarmi.
Devo guardarla, prudente, da lontano
senza dire un’unica parola soltanto,
sempre silente e sempre distante.
E penso a quando se ne andrà via,
se mai potrà tornare un’altra volta,
a questi anni di penosa assenza,
e a questa immane e lenta agonia.
E, tuttavia, io la vedo lì,
vicina ai fiori secchi del giardino,
già da tanto tempo abbandonato.
Ma vedo una donna immobile,
come se stesse in un quadro,
incorniciato dal bordo dell’aiuola,
o dal mio mesto sguardo addolorato.
I piedi sono quasi sospesi,
e il corpo è polline sottile.
Ancora posso contemplarle il viso,
che, malgrado tutto, mi sorride.
Tornata da dove non si torna,
rimane lì seduta nel giardino.
Ho timore di incuterle spavento,
con qualche rumore o movimento.
Non posso neppure avvicinarmi.
Devo guardarla, prudente, da lontano
senza dire un’unica parola soltanto,
sempre silente e sempre distante.
E penso a quando se ne andrà via,
se mai potrà tornare un’altra volta,
a questi anni di penosa assenza,
e a questa immane e lenta agonia.
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Claude Monet Donna con parasole (1886) |
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