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Vejo-o ali...
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Lo vedo lì...
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para Abgar Renault
Vejo-o ali,
frente ao muro escuro,
onde nascem escorpiões
e andorinhas.
Está ali,
descalço na rua luminosa,
sob o céu claro da infância.
Mas não sou eu.
Esse menino é um outro:
conhece trilhas, passarinhos,
e viu montanhas e lírios vermelhos.
(Nos ninhos de pedra,
as andorinhas sonham
com meninos distantes,
e doces libélulas.)
Arquivo cruel é a memória,
e nela estamos presos
como numa armadilha;
a ver por detrás das vidraças,
embaçadas pelo hálito,
as mesmas, eternas andorinhas,
mortas há trinta anos.
Vejo-o ali,
frente ao muro escuro,
onde nascem escorpiões
e andorinhas.
Está ali,
descalço na rua luminosa,
sob o céu claro da infância.
Mas não sou eu.
Esse menino é um outro:
conhece trilhas, passarinhos,
e viu montanhas e lírios vermelhos.
(Nos ninhos de pedra,
as andorinhas sonham
com meninos distantes,
e doces libélulas.)
Arquivo cruel é a memória,
e nela estamos presos
como numa armadilha;
a ver por detrás das vidraças,
embaçadas pelo hálito,
as mesmas, eternas andorinhas,
mortas há trinta anos.
per Abgar Renault
Lo vedo lì,
davanti al muro scuro,
dove nascono scorpioni
e rondini.
Sta lì,
scalzo nella via luminosa,
sotto il cielo chiaro dell’infanzia.
Ma non sono io.
Questo bambino è un altro:
conosce impronte, uccellini,
e ha visto montagne e gigli rossi.
(Nei nidi di pietra,
le rondini sognano
bambini lontani
e dolci libellule).
Archivio crudele è la memoria,
e noi ci stiamo rinchiusi
come in una trappola;
a guardare da dietro i vetri,
appannati dall’alito,
le stesse eterne rondini,
morte trent’anni fa.
Lo vedo lì,
davanti al muro scuro,
dove nascono scorpioni
e rondini.
Sta lì,
scalzo nella via luminosa,
sotto il cielo chiaro dell’infanzia.
Ma non sono io.
Questo bambino è un altro:
conosce impronte, uccellini,
e ha visto montagne e gigli rossi.
(Nei nidi di pietra,
le rondini sognano
bambini lontani
e dolci libellule).
Archivio crudele è la memoria,
e noi ci stiamo rinchiusi
come in una trappola;
a guardare da dietro i vetri,
appannati dall’alito,
le stesse eterne rondini,
morte trent’anni fa.
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Giacomo Balla Volo di rondini (1913) |
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