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Há nomes que ficam
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Ci sono nomi che restano
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Há nomes que ficam, sem préstimo, nas agendas,
transitam de ano para ano por inerência ou desleixo, por vezes o nome próprio é uma referência obscura, e nunca houve apelido. Os números, em poucos anos, passam de mnemónicas a criptogramas, indicam sem dúvida que nos cruzámos com gente que se cruza connosco, que trocámos telefones como se trocássemos alguma coisa, mas tudo muda, os conhecidos tornam-se amigos e depois desconhecidos. Estes nomes, posso riscá-los como se fosse velho e eles mortos, mas os números, como uma praga, acumulam-se, escritos com tintas diferentes e por vezes nas letras erradas. Não posso desfazer-me das agendas nem começar uma todos os anos, mas já não sou o mesmo: os números observaram as minhas idades e talvez pudesse agora marcar este que não me diz nada e contar tudo a alguém que não se lembra de mim. |
Ci sono nomi che restano, senza motivo, sulle agende,
transitano di anno in anno per attinenza o per incuria, a volte il nome proprio è un’allusione oscura, e non c’è mai stato cognome. I numeri, in pochi anni, passano da mnemonici a crittogrammi, indicano indubbiamente che ci siamo incontrati con qualcuno che s’è incontrato con noi, che ci siamo scambiati il telefono come se ci scambiassimo un oggetto, ma tutto cambia, i conoscenti diventano amici e poi sconosciuti. Questi nomi, li posso depennare come se io fossi vecchio e loro morti, ma i numeri, come un flagello, s’accumulano, scritti con inchiostri differenti e, a volte, alle lettere sbagliate. Non posso disfarmi delle agende né cominciarne una tutti gli anni, ma io non sono già più lo stesso: i numeri hanno osservato le mie età e forse io ora potrei segnarmi questo che non mi dice nulla e raccontare tutto a qualcuno che non si ricorda di me. |
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Ugo Nespolo 1,618 - Il numero d'oro (2010) |
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