Noite de chuva


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Noite de chuva
Notte di pioggia


I
Quem terá sido o homem
que caiu e, assim, já morto,
conserva, na mão, ainda acesa,
uma noturna rosa ouro?
Virão os técnicos e, todos,
examinarão o seu rosto,
a posição em que caiu,
o sal, ou não das lágrimas,
E verão que ele, o morto,
quis avisar alguém, talvez,
algum piloto, ou maquinista,
com a rosa ouro, erguida
no ar, à hora do perigo.
Uma noturna rosa ouro,
com que evitou — quem sabe? —
caísse, aos nossos pés, o pássaro
de metal, bico em hélice,
escorrendo sangue, ou máquina
em combustão de estrela.
Depois os técnicos dirão,
com mais clareza, ao vir do dia,
que já não é uma rosa,
como supunham, mas apenas
uma pobre chama de ouro.
Por fim os técnicos verão
(e levarão uma ata, exata)
que nem ouro era a chama; ouro
como se viu no dicionário,
só era o vidro da lanterna.

II
Ao passo que os heróis requerem
clarins e tambores.
I
Chi sarà stato l’uomo
che è caduto, eppure, ormai morto,
trattiene nella mano, ancora accesa,
una notturna rosa d’oro?
Verranno i periti, e tutti
esamineranno il suo volto,
la posizione in cui è caduto,
il sale, o meno nelle sue lacrime.
E vedranno che lui, il morto,
ha voluto avvisare qualcuno, forse
qualche pilota o macchinista,
con la rosa d’oro, sollevata
per aria, nell’ora del pericolo.
Una notturna rosa d’oro
con cui ha evitato — chissà? —
che, ai nostri piedi, cadesse l’uccello
di metallo, becco ad elica,
versando sangue, o la macchina
in combustione di una stella.
Poi, diranno i periti,
con maggior chiarezza, sul far del giorno,
che non si trattava di una rosa,
come supponevano, ma solamente
d’una misera fiammella d’oro.
Infine i periti vedranno
(ed esibiranno un rapporto preciso)
che non era d’oro la fiamma; oro,
come si è poi visto sul dizionario,
ma era solo il vetro d’una lanterna.
 
II
Per la stessa cosa gli eroi reclamano
trombe e tamburi.
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Guglielmo Sansoni (detto Tato)
Canta, motore, va (1934)
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