O equilibrista


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
Eucanaã Ferraz »»
 
Rua do Mundo (2007) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


O equilibrista
L’equilibrista


Traz consigo resguardada
certa idéia que lhe soa
clara, exata.

No entanto, hesita: que palavra
a mais bem medida e cortada
para dizê-la?

Enquanto não lhe vem o verso, a frase, a fala,
segue lacrada a caixa
no alto da cabeça.
Porta con sé ben protetta
una certa idea che gli suona
chiara, precisa.

E tuttavia, esita: quale parola
la più adeguata ed esatta
per esprimerla?

Finché non gli viene il verso, la frase, la forma,
la custodia rimane sigillata
dentro la sua testa.
________________

René Magritte
Affinità elettive (1933)
...

Traço


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
Eucanaã Ferraz »»
 
Dessassombro (2002) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Traço
Traccia


Por vezes, não raro,
basta um gesto, sua borracha,
um quase nada de alvaiade,
um rasgo e só.

No entanto, o carvão
de certas palavras,
de alguns nomes,
não se apaga fácil.

Afogá-lo, inútil:
o maralto traz
de volta cada sílaba
em sal fortalecida.

Enterrá-lo? Logo renascerá:
árvore alta, trigo, praga.
No fogo, irrompe a letra,
inda mais sólida liga.

Há que esperar do esquecimento
o dente miúdo
e lento roer a nódoa na língua,
o travo no peito.
A volte, non di rado,
basta un gesto, una gomma,
un niente di sbiancante,
un frego e basta.

Eppure, il carbone
di certe parole,
di qualche nome,
non si cancella bene.

Affogarlo? Inutile:
la marea riporta
indietro ogni sillaba
rafforzata dal sale.

Sotterrarlo? Presto rinascerà:
albero alto, grano, piaga.
Nel fuoco, la lettera cresce,
e ancora di più si rassoda.

Bisogna aspettare l’oblio
quel dente piccino e lento
che consuma la macchia sulla lingua,
il dolore al petto.
________________

René Barranco
Senza titolo (2017)
...

Retrato de menina


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
Eucanaã Ferraz »»
 
Martelo (1997) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Retrato de menina
Ritratto di fanciulla


Os cabelos, não.
Tampouco olhos.
Nada além do sorriso: pedras

que as palavras atravessam rápidas
como lagartos, muro
onde encostar meu cansaço.
I capelli, no.
Tanto meno gli occhi.
Nulla al di fuori del sorriso: pietre

su cui le parole corrono rapide
come lucertole, muro
a cui appoggiare la mia fatica.
________________

William Bouguereau
La maliziosa (1895)
...

Rapto


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
Eucanaã Ferraz »»
 
Martelo (1997) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Rapto
Rapimento


Ia tocar meus lábios mas
o trem, o circo,
a fome dos meninos,
o garçom, a praça.
Nunca mais sua mão.
Stava per sfiorarmi le labbra ma
il treno, il circo,
la fame dei bimbi,
il cameriere, la piazza.
Mai più la sua mano.
________________

Alberto Sughi
Coppia al bar (2002)
...

Paisagem para Anna Akhmátova


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
Eucanaã Ferraz »»
 
Martelo (1997) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Paisagem para Anna Akhmátova
Paesaggio per Anna Akhmatova


O corpo, ainda corpo,
sabe de cor
a dor. Dizer adeus,
carpir, esconder,
bater palavras contra o muro.

Ruas de São Petersburgo
sob a neblina – o corpo
sabe de cor
onde se morre.

Mas, por entre o estridor
de soldados e funcionários,
cava uma saída:
o próximo poema
(promessa de delicadeza e silêncio)
– ouve cantar uma cereja.
Il corpo, finché corpo,
conosce a memoria
il dolore. Dire addio,
piangere, nascondersi,
sbattere le parole contro il muro.

Strade di San Pietroburgo
nella foschia – il corpo
sa a memoria
dove si muore.

Ma, in mezzo al fracasso
di soldati e impiegati,
scava una via d’uscita:
la prossima poesia
(promessa di delicatezza e silenzio)
– sente una ciliegia cantare.
________________

Amedeo Modigliani
Anna Achmatova (schizzo del 1911)
...

Gioventù


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
Eucanaã Ferraz »»
 
Martelo (1997) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Gioventù
Gioventù


Um modo de olhar
– de frente – o sol.
A palavra desembainhada, sempre.
E esta beleza, a mais aguda:
não saber que
nasceu anteontem
e morrerá menina – a pressa
dos incêndios,
a insônia das estátuas.
Un modo di guardare
– di fronte – il sole.
La parola sguainata, sempre.
E quella bellezza, la più intensa:
non sapere che
è nata avantieri
e morirà bambina – l’impeto
degli incendi,
l’insonnia delle statue.
________________

Max Ernst
Another Beautiful Morning (1953)
...

Olha para além de mim…



Nome:
 
Collezione:
Fonte:
 
Altra traduzione:
Nuno Rocha Morais »»
 
Poesie inedite »»
nunorochamorais.blogspot.com (ottobre 2025) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Olha para além de mim…
Guarda al di là di me…


Olha para além de mim
Através de mim
E leva-me no olhar
Para onde olhares.
Depois onde os teus olhos
Se semeiam, criam-me:
Aí ficará a árvore do que sou.
Guarda al di là di me
Attraverso me
E portami nel tuo sguardo
Ovunque tu guardi.
Poi dove i tuoi occhi
Si poseranno, prenderò vita:
Lì sorgerà l’albero di ciò che sono.
________________

Paul Signac
Il pino di Saint Tropez (1909)
...

Acontecido


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
Eucanaã Ferraz »»
 
Martelo (1997) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Acontecido
Accaduto


Como quem se banhasse
no mesmo rio
de águas repetidas,
outra vez era setembro
e o amor tão novo.
Iguais, teu hálito mascavo
e minha mão inquieta.
Novamente o quarto,
a praça vista da janela,
teu peito.
Depois eu era só - vê -
sob a chuva miúda daquele dia.
Come chi si bagnasse
nello stesso fiume
d’acque ripetute,
quella volta era settembre
e l’amore così giovane.
Uguali, il tuo alito di melassa
e la mia mano inquieta.
Di nuovo la stanza,
la piazza vista dalla finestra,
il tuo petto.
Dopo io ero solo - vedi -
sotto la pioggerella di quel giorno.
________________

Paul Klee
La casa di periferia (1924)
...

18. 05. 1961


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
Eucanaã Ferraz »»
 
Livro Primeiro (1990) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


18. 05. 1961
18. 05. 1961


Nasci num lugar pobre,
onde o hospital era longe,
onde era longe a estrada
e os anjos não conheciam:

Nasci mês de maio, azul
de tardes macias,
de pai José,
mãe Maria.

Batizaram-me: Terra Prometida.
Terra pobre, onde a felicidade passa
longe, mas daqui eu a vejo
e todo o meu corpo brilha.
Sono nato in un posto misero,
dove l’ospedale era lontano,
dove era lontana la strada
e sconosciuto agli angeli:

Sono nato a maggio, azzurro
nei pomeriggi soavi,
da papà José,
mamma Maria.

Mi hanno battezzato: Terra Promessa.
Terra misera, dove la felicità passa 
lontano, ma da qui io la vedo
e tutto il mio corpo brilla.
________________

Tarsila do Amaral
Paesaggio con toro (1925)
...

Quando eu morrer


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
Eucanaã Ferraz »»
 
Livro Primeiro (1990) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Quando eu morrer
Quando io morirò


Pai, quando eu morrer,
ficarei rosa como uma menina
(você não deve ralhar ou querer que eu minta
porque tudo será exato, sem mesmo carecer
 de ensaio).

Quando eu morrer sou tranqüilo
como um príncipe que beijasse
a boca do nada (você vai achar bonito
esse quadro de tintas longínquas).

Pensarão que sou uma menina, um barco,
um pombo. Todo o meu doce virá à tona.
Veja pai, sou um mineral,
intacto e sem passado.
Padre, quando io morirò,
diventerò rosa come una fanciulla
(tu non mi devi sgridare o pretendere che io menta
perché tutto sarà perfetto, senza nemmeno bisogno
 di prove).

Quando io morirò sarò tranquillo
come un principe che baci
sulla bocca il nulla (tu troverai gradevole
questo quadro dai colori indistinti).

Penseranno che sono una fanciulla, una feluca,
un colombo. Tutto il dolce di me verrà a galla.
Vedi, padre, sono un minerale,
intatto e senza passato.
________________

Jay Walker
Poligono prismatico XV (2020)
...

Iniciação


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
Eucanaã Ferraz »»
 
Livro Primeiro (1990) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Iniciação
Iniziazione


Conheço o primeiro livro de poemas:
Eu
de Augusto dos Anjos.

Meu pai o tem entre
tratados de odontologia,
sem capa, velho, enferrujado.

De ortografia esquisita, leio
como se adentrasse um círculo onde
o tempo é outro, feito de palavras
estranhas, como que odontologizadas
pelo contato físico.

Livro misteriosíssimo,
no qual a morte é o superlativo
síntese de tudo, absoluta
como minha preguiça
de ir ao dicionário decifrar vocábulos
Conosco il primo libro di poesie:
Eu
di Augusto dos Anjos.

Mio padre lo tiene tra
i trattati di odontologia,
senza copertina, vecchio, rugginoso.

L’ortografia è ricercata, leggo
come se m’addentrassi in un circolo dove
il tempo è diverso, fatto di parole
strane, come se odontologizzate
dal contatto fisico.

Libro misteriosissimo,
nel quale la morte è l’apogeo
sintesi di tutto, assoluta
come la mia pigrizia
nell’usare il dizionario per decifrare i vocaboli.
________________

Augusto dos Anjos - Eu (1912)

Il bacio, amico, è il preludio d’uno sputo
La mano che accarezza è la stessa che lincia
...

Tristeza


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
José Tolentino de Mendonça »»
 
Teoria da fronteira (2017) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Tristeza
Tristezza


Nas noites lentas que nos fazem guerra
não há pensamento que possa mudar
a tristeza, essa música minúscula
nem precisamos morrer para nos sentir mortos
quando a sua cabeleira varre a terra
e nos recolhe como flores
de uma coroa deposta

rogamos à vida que responda
mas a vida só se expressa na agulha dos fogos
em línguas desconhecidas
no soprar ora longínquo
ora próximo do vento

e quando abrimos a garganta
em busca de um fio de voz
ela tornou-se inaudível
como se jamais nos tivesse pertencido
Nelle notti pigre che non ci danno tregua
nessun pensiero può modificare
la tristezza, questa musica minima
e non occorre che moriamo per sentirci morti
quando la sua criniera spazza la terra
e ci raduna come fiori
d’una deposta corona

imploriamo affinché la vita ci risponda
ma la vita comunica solo con l’irruenza dei fuochi
in lingue sconosciute
nell’alito ora distante
ora prossimo del vento

e quando respiriamo a fondo
alla ricerca d’un filo di voce
la vita s’è fatta inavvertibile
come se mai ci fosse appartenuta
________________

Henri Matisse
La tristezza del re (1952)
...

Segredo


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
José Tolentino de Mendonça »»
 
Teoria da fronteira (2017) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Segredo
Segreto


Não és tu que trilhas a dura montanha
em busca da planta da vida
mas sim ela que se incendeia
para que de longe a avistes

provavelmente quando chegares ao cimo
na hora decisiva
encontrarás apenas pó e abandono
aprende porém a abraçar a revelação
segredo destinado ao teu ouvido
Non sei tu che esplori l’ardua montagna
in cerca della pianta della vita
è lei piuttosto che prende fuoco
affinché tu l’avvisti da distante

probabilmente quando raggiungerai la cima
nell’ora cruciale
non troverai che polvere e abbandono
impara però ad abbracciare la rivelazione
segreto che al tuo orecchio è destinato
________________

Plinio Nomellini
La colonna di fumo (1900)
...

Partir sem chegar


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
José Tolentino de Mendonça »»
 
Teoria da fronteira (2017) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Partir sem chegar
Partire senza arrivare


Precisarás de tempo para alcançar a margem
o ramo do tamarindo onde te espera
o assobio do barqueiro
não é o primeiro
deverás tactear a escuridão da folhagem
e enganares-te tantas vezes
que te convenças que não sabes

estreita é a corrente invisível que nos conduz
por corredores, registos, águas em queda
àquele momento talvez involuntário
onde palavra dita e palavra calada
se tocam
Ti servirà del tempo per raggiungere la sponda
quel ramo di tamarindo ove t’attende
il fischio del barcaiolo
non è il primo
dovrai tastare alla cieca l’oscurità delle fronde
e tante volte sbagliarti
prima di convincerti che non sai

Stretta è la corrente invisibile che ci trascina
lungo corridoi, sbarramenti, cascate
verso quell’istante forse involontario
nel quale la parola detta e la parola taciuta
si toccano
________________

Benjamin Degen
Equinozio d'autunno (2019)
...

Os homens enganam-se…



Nome:
 
Collezione:
Fonte:
 
Altra traduzione:
Nuno Rocha Morais »»
 
Poesie inedite »»
nunorochamorais.blogspot.com (ottobre 2025) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Os homens enganam-se…
Gli uomini s’ingannano…


Os homens enganam-se
E isso é quase sempre a História,
Mas a História nunca se engana.
Gli uomini s’ingannano
E questa è quasi sempre la Storia,
Ma la Storia non s’inganna mai.
________________

Charles Napier Kennedy
Lo studio dell'artista (1898)
...

O regresso a Ítaca


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
José Tolentino de Mendonça »»
 
Teoria da fronteira (2017) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


O regresso a Ítaca
Il ritorno a Itaca


Quando o promontório azulado se divisa
e no horizonte Ítaca já resplandece
em vez de apressar o desembarque
Ulísses deixa-se vogar por largo tempo
tão irreal a vida lhe parece

a noite é uma fenda que solta
uma estranha luz viva
e sem confessar ele teme
o que daí se vê:
um lance de escadas
grotescamente tatuado
em espirais de fumo

olha para si mesmo
como se observasse um estranho
apenas um entre aquele bando de rapazes tristes
e não o capitão de uma frota
de heróis invencíveis

agora sabe que não há regressos
apenas fugas
e por detrás de cada triunfo
rudes objectos de guerra
Quando l’azzurrato promontorio si profila
e all’orizzonte già Itaca risplende
anziché affrettare lo sbarco
Ulisse s’abbandona a lungo alle correnti
poiché irreale a lui la vita appare

la notte è una falla da cui emana
una strana luce viva
e pur non confessandolo egli teme
ciò che da lì si scorge:
una rampa di scale
stranamente tatuata
con spirali di fumo

rivolge a sé lo sguardo
come se osservasse un estraneo
uno qualunque in quella masnada di ragazzi mesti
e non il capitano d’una flotta
di invincibili eroi

adesso sa che non ci sono ritorni
ma solamente fughe
e a seguito d’ogni trionfo
rudi oggetti di guerra
________________

Giorgio de Chirico
Autoritratto come Odisseo (1924)
...

Mãos vazias


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
José Tolentino de Mendonça »»
 
Teoria da fronteira (2017) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Mãos vazias
Mani vuote


Mãos vazias são salva-vidas para tempos difíceis
uma afeição a salvo dos especuladores
o seu vazio é uma pedra
e se observares bem ela flutua

as mãos vazias são selvagens na sua beleza
duras mesmo se vulneráveis
são o esconderijo ideal para guardares relâmpagos
e verdades ferozmente concisas

as mãos vazias esperam não o fim mas a fresta
alagadas na ferrugem
e preferem enlouquecer a acreditar
que a realidade é só aquilo que se vê
Le mani vuote sono un toccasana in tempi difficili
una premura al riparo dagli speculatori
il loro vuoto è una pietra
e se la osservi bene resta a galla

le mani vuote possiedono una bellezza selvaggia
aspre seppure vulnerabili
sono il ricettacolo ideale per custodire fulmini
e verità brutalmente essenziali

le mani vuote non attendono la fine ma lo spiraglio
devastate dalla ruggine
e preferiscono impazzire piuttosto che credere
che la realtà sia solamente ciò che si vede
________________

Giulio Turcato
Alleluia (1970)
...

Inverno


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
José Tolentino de Mendonça »»
 
Teoria da fronteira (2017) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Inverno
Inverno


Na cabana da guarda quando a hora
se faz precipitadamente escura
o peregrino varre
os seus pensamentos e espera

nunca foi tão transparente
o vidro da janela por onde vigia
Nella garitta della sentinella quando l’ora
precipitosamente si fa buia
il pellegrino sgombra
i suoi pensieri e si pone in attesa

mai è stato così trasparente
il vetro della finestrella dove sta di guardia
________________

Gastone Novelli
Composizione-3 (1952)
...

Nuvola degli autori (e alcune opere)

A. M. Pires Cabral (44) Adolfo Casais Monteiro (36) Adriane Garcia (40) Adão Ventura (41) Adélia Prado (40) Affonso Romano de Sant’Anna (41) Al Berto (38) Albano Martins (41) Alberto Pimenta (40) Alexandre O'Neill (29) Ana Cristina Cesar (39) Ana Elisa Ribeiro (40) Ana Hatherly (43) Ana Luísa Amaral (40) Ana Martins Marques (48) Antonio Brasileiro (41) Antonio Osorio (42) António Gedeão (37) António Ramos Rosa (39) Antônio Cícero (40) Augusto dos Anjos (50) Caio Fernando Abreu (40) Carlos Drummond de Andrade (43) Carlos Machado (113) Casimiro de Brito (40) Cassiano Ricardo (40) Cecília Meireles (37) Conceição Evaristo (33) Daniel Faria (40) Dante Milano (33) David Mourão-Ferreira (40) Donizete Galvão (41) Eucanãa Ferraz (25) Eugénio de Andrade (34) Ferreira Gullar (40) Fiama Hasse Pais Brandão (38) Francisco Carvalho (40) Galeria (30) Gastão Cruz (40) Gilberto Nable (48) Hilda Hilst (41) Iacyr Anderson Freitas (41) Inês Lourenço (40) Jorge Sousa Braga (40) Jorge de Sena (40) José Eduardo Degrazia (40) José Gomes Ferreira (41) José Régio (41) José Saramago (40) José Tolentino de Mendonça (42) João Cabral de Melo Neto (44) João Guimarães Rosa (33) João Luís Barreto Guimarães (40) Luis Filipe Castro Mendes (40) Lêdo Ivo (33) Manoel de Barros (36) Manuel Alegre (41) Manuel António Pina (33) Manuel Bandeira (40) Manuel de Freitas (41) Marina Colasanti (38) Mario Quintana (38) Micheliny Verunschk (40) Miguel Torga (31) Murilo Mendes (32) Mário Cesariny (34) Narlan Matos (85) Nuno Júdice (32) Nuno Rocha Morais (514) Paulo Leminski (43) Pedro Mexia (40) Poemas Sociais (30) Poemas dos dias (29) Pássaro de vidro (52) Reinaldo Ferreira (40) Ronaldo Costa Fernandes (42) Rui Knopfli (43) Rui Pires Cabral (44) Ruy Belo (28) Ruy Espinheira Filho (43) Ruy Proença (48) Sophia de Mello Breyner Andresen (32) Tesoura cega (35) Thiago de Mello (38) Ultimos Poemas (103) Vasco Graça Moura (40) Vinícius de Moraes (34)