Na Colina do Instante


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Na Colina do Instante
Sulla collina dell’attimo


Há um cheiro de absinto quando os capricórnios
da casca apodrecida dos carvalhos velhos
iniciam seu voo pelo mês de junho
Colhemos avelãs ao longo do jardim
onde as tílias ao vento espalham o aroma
A frescura da fruta vence o sol rasante
Somos quem fomos caminhamos tão de leve
temos tamanha dignidade de crianças
que nem a morte aqui de nós se lembraria
nem mesmo a monstruosa flor de outros destinos
nem qualquer outra das repúblicas do ódio
encresparia o calmo mar do fim da tarde
É à celebração sagrada do acaso
à festa da essência mineral do mundo
que o sol procede no segredo deste templo
A tarde é tudo e tudo são caminhos
Somos eleitos cúmplices da hora
Aqui não chega o desatino do verão
esqueço a aversão dos meus antepassados
e levanto-me sobre a derradeira luz
Por instantes sou eu ninguém morreu aqui
ó minha vida esse processo que perdi
C’è un sentore d’assenzio quando le cerambici
sbucate dalla corteccia marcia delle antiche querce
iniziano a volare nel mese di giugno
Cogliamo nocciole attraversando il giardino
ove i tigli diffondono al vento il loro aroma
La frescura dei frutti vince sul sole calante
Noi siamo quelli che solevano camminare così lievi
ammantati d’una tale dignità infantile
che neppure la morte qui si ricorderebbe di noi
né il mostruoso fiore d’altri destini
né nessun’altra delle repubbliche dell’odio
incresperebbe il calmo mare di questa serata
È verso la sacra celebrazione del caso
verso la festa dell’essenza minerale del mondo
che il sole sta avanzando nel segreto di questo tempio
Tutto è sera e tutto è cammino
Noi siamo i prescelti testimoni dell’attimo
Qui non arriva il delirio dell’estate
dimentico il rancore dei miei antenati
e m’innalzo al di sopra dell’ultima luce
Per un istante io sono io  qui nessuno è morto
Oh vita mia questo divenire che ho perduto
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Caspar David Friedrich
Paesaggio fluviale tra i monti (1830-1835)
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