Quando chegar


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Quando chegar
Quando arriverà


Quando eu morrer,
Anjos meus,
Fazei-me desaparecer, sumir, evaporar
Desta terra louca
Permiti que eu seja mais um desaparecido
Da lista de mortos de algum campo de batalha
Para que eu não fique exposto
Em algum necrotério branco
Para que não me cortem o ventre
Com propósitos autopsianos
Para que não jaza num caixão frio
Coberto de flores mornas
Para que não sinta mais os afagos
Desta gente tão longe
Para que não ouça reboando eternos
Os ecos de teus soluços
Para que perca-se no éter
O lixo desta memória
Para que apaguem-se bruscos
As marcas do meu sofrer
Para que a morte só seja
Um descanso calmo e doce
Um calmo e doce descanso
Quando io morirò,
Angeli miei,
Fatemi scomparire, fuggire, evaporare
da questa folle terra
Consentitemi d’essere uno scomparso in più
Dalla lista di morti in qualche campo di battaglia
Affinché io non venga esposta
In un bianco obitorio
Affinché non mi taglino il ventre
Con intenzioni autoptiche
Affinché io non giaccia in una fredda bara
Coperta di fiori insulsi
Affinché non senta più l’affetto
Di questa gente così lontana
Affinché non senta risuonare eterna
l’eco dei tuoi singhiozzi
Affinché si perda nell’etere
Il ciarpame di questa memoria
Affinché si cancellino di botto
I segni del mio soffrire
Affinché la morte sia solo
Un riposo calmo e dolce
Un calmo e dolce riposo
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Pierre Puvis De Chavannes
La morte e la fanciulla (1872)
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