________________
|
As estantes são ruas…
|
Gli scaffali sono strade…
|
|
As estantes são ruas. Os livros são casas onde podemos
entrar ou que podemos imaginar a partir de fora. Há livros que visitámos e há livros onde vivemos durante certas idades, conhecemos cada uma das suas divisões, trancámo-nos por dentro. Fomos jovens durante tantos capítulos mas, de repente, um dia, apercebemo-nos de que restavam cada vez menos páginas entre o polegar e o indicador. Então, protestámos contra a morte, dissemos que os livros de 600 páginas não deviam terminar nunca e, logo a seguir, identificámos o contrassenso da frase. Essa é a desvantagem de ler livros: prestamos demasiada atenção às extravagâncias da sintaxe. Ainda assim, aproveitamos os lucros da nostalgia, stock infinito de tardes de um verão antigo. Éramos tão jovens, e alguém nos acertou com um livro. Olhámos em volta para achar o fantasma que o atirou, está aí alguém? Quando voltámos ao nosso campo de visão, já estávamos num lugar com parágrafos, a dizer que as estantes são ruas e que os livros são casas, enquanto que os outros, todos eles, diziam que as estantes são estantes e os livros são livros. |
Gli scaffali sono strade. I libri sono case in cui possiamo entrare
o che possiamo immaginare partendo da fuori. Ci sono libri che visitiamo e ci sono libri dove dimoriamo per alcuni periodi, conosciamo ciascuna delle sue sezioni, vi ci rintaniamo dentro. Siamo stati giovani per tanti capitoli ma, d’un tratto, un giorno, ci siamo resi conto che rimanevano sempre meno pagine tra il pollice e l’indice. Allora, abbiamo protestato contro la morte, affermato che i libri di 600 pagine non dovrebbero finire mai e, subito dopo, ci siamo accorti del controsenso della frase. Questo è l’inconveniente di leggere libri: prestiamo troppa attenzione alle stravaganze della sintassi. Malgrado ciò, godiamo dei benefici della nostalgia, scorta infinita di pomeriggi di un’antica estate. Eravamo tanto giovani, e qualcuno ci ha colpiti con un libro. Ci siamo guardati intorno per scovare il fantasma che l’ha tirato, chi va là? Quando siamo tornati al nostro campo visivo, ormai ci trovavamo in un luogo con paragrafi, dicendo che gli scaffali sono strade e che i libri sono case, mentre gli altri, tutti loro, dicevano che gli scaffali sono scaffali e i libri sono libri. |
________________
|
|
| Georg Reimer In biblioteca (1850-1866) |

Nessun commento:
Posta un commento