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Soneto para Augusto dos Anjos
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Sonetto per Augusto dos Anjos
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Recife. Ponte Buarque de Macedo.
Eu, indo em direção à casa do Agra.
Assombrado com a minha sombra magra,
Pensava no destino, e tinha medo!
As cismas do destino - I
E não apenas um pássaro molhado,
porque foste ave aziaga e augusta.
Sem te conhecer, vejo-te agora
no caminho da casa do Agra.
Contudo, eis que tua sombra, mais que magra,
desejada por vermes no escuro,
alonga-se no muro, junto ao rio,
pressentindo a putrefação e o nada.
Não sabe que o espera a pobre saga
de distante morrer em Leopoldina.
Sabe que a morte é certa, isso sabe,
mas sabe também que a hora é vaga.
E por enquanto, é só um desconhecido,
em direção à triste casa do Agra.
Eu, indo em direção à casa do Agra.
Assombrado com a minha sombra magra,
Pensava no destino, e tinha medo!
As cismas do destino - I
E não apenas um pássaro molhado,
porque foste ave aziaga e augusta.
Sem te conhecer, vejo-te agora
no caminho da casa do Agra.
Contudo, eis que tua sombra, mais que magra,
desejada por vermes no escuro,
alonga-se no muro, junto ao rio,
pressentindo a putrefação e o nada.
Não sabe que o espera a pobre saga
de distante morrer em Leopoldina.
Sabe que a morte é certa, isso sabe,
mas sabe também que a hora é vaga.
E por enquanto, é só um desconhecido,
em direção à triste casa do Agra.
Recife. Ponte Buarque de Macedo.
Io, diretto verso la casa di Agra.
Adombrato dalla mia ombra magra,
Pensavo al destino, ed ero impaurito!
I capricci del destino - I
E non soltanto un passerotto bagnato,
perché tu fosti uccello ferale e augusto.
Senza conoscerti, io ti vedo adesso
in cammino verso la casa di Agra.
Ma ecco che la tua ombra, più che magra,
dai vermi agognata lì nel buio,
s’allunga sul muro, presso il rio,
presagendo la putrefazione e il nulla.
Non sa che l’aspetta la sorte amara
di morire distante a Leopoldina.
Sa che la morte è certa, questo lo sa,
ma sa pure che vaga è la sua ora.
Ed intanto, non è che uno sconosciuto,
diretto alla triste casa di Agra.
Io, diretto verso la casa di Agra.
Adombrato dalla mia ombra magra,
Pensavo al destino, ed ero impaurito!
I capricci del destino - I
E non soltanto un passerotto bagnato,
perché tu fosti uccello ferale e augusto.
Senza conoscerti, io ti vedo adesso
in cammino verso la casa di Agra.
Ma ecco che la tua ombra, più che magra,
dai vermi agognata lì nel buio,
s’allunga sul muro, presso il rio,
presagendo la putrefazione e il nulla.
Non sa che l’aspetta la sorte amara
di morire distante a Leopoldina.
Sa che la morte è certa, questo lo sa,
ma sa pure che vaga è la sua ora.
Ed intanto, non è che uno sconosciuto,
diretto alla triste casa di Agra.
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Alberto Giacometti Man Pointing (1947) |
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