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Asa de corvo
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Ala di corvo
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Asa de corvos carniceiros, asa
De mau agouro que, nos doze meses,
Cobre às vezes o espaço e cobre às vezes
O telhado de nossa própria casa...
Perseguido por todos os reveses,
É meu destino viver junto a essa asa,
Como a cinza que vive junto à brasa,
Como os Goncourts, como os irmãos siameses!
É com essa asa que eu faço este soneto
E a indústria humana faz o pano preto
Que as famílias de luto martiriza...
É ainda com essa asa extraordinária
Que a Morte - a costureira funerária -
Cose para o homem a última camisa!
De mau agouro que, nos doze meses,
Cobre às vezes o espaço e cobre às vezes
O telhado de nossa própria casa...
Perseguido por todos os reveses,
É meu destino viver junto a essa asa,
Como a cinza que vive junto à brasa,
Como os Goncourts, como os irmãos siameses!
É com essa asa que eu faço este soneto
E a indústria humana faz o pano preto
Que as famílias de luto martiriza...
É ainda com essa asa extraordinária
Que a Morte - a costureira funerária -
Cose para o homem a última camisa!
Ala di corvi sanguinari, ala
Di malaugurio che, nei dodici mesi,
Copre a volte il cielo e copre in altri casi
Il tetto della nostra stessa casa…
Perseguitato da tutte le sciagure,
È mio destino vivere accanto a quest’ala,
Come cenere che vive accanto alla brace,
Come i Goncourt, come i fratelli siamesi!
Sotto quest’ala questo sonetto faccio
E l’umano zelo fa il nero canovaccio
Che le famiglie in lutto tanto cruccia…
È ancora con quest’ala straordinaria
Che la Morte - la sarta funeraria -
All’uomo cuce la sua ultima camicia!
Di malaugurio che, nei dodici mesi,
Copre a volte il cielo e copre in altri casi
Il tetto della nostra stessa casa…
Perseguitato da tutte le sciagure,
È mio destino vivere accanto a quest’ala,
Come cenere che vive accanto alla brace,
Come i Goncourt, come i fratelli siamesi!
Sotto quest’ala questo sonetto faccio
E l’umano zelo fa il nero canovaccio
Che le famiglie in lutto tanto cruccia…
È ancora con quest’ala straordinaria
Che la Morte - la sarta funeraria -
All’uomo cuce la sua ultima camicia!
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Odilon Redon Il corvo (1882) |
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