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Tisanas (80, 103, 205, 231)
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Tisane (80, 103, 205, 231)
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80
Era uma vez uma história tão impressionante que quando alguém a lia o livro começava a transpirar pelas folhas. Se o leitor fosse muito bom o livro soltava mesmo algumas pequeninas gotas redondas de sangue.
Era uma vez uma história tão impressionante que quando alguém a lia o livro começava a transpirar pelas folhas. Se o leitor fosse muito bom o livro soltava mesmo algumas pequeninas gotas redondas de sangue.
80
C’era una volta una storia tanto impressionante che quando qualcuno la leggeva il libro cominciava a sudare dalle pagine. Se il lettore era molto abile il libro trasudava persino alcune tonde goccioline di sangue.
C’era una volta una storia tanto impressionante che quando qualcuno la leggeva il libro cominciava a sudare dalle pagine. Se il lettore era molto abile il libro trasudava persino alcune tonde goccioline di sangue.
103
Sento-me e escrevo. É a minha tisana matinal. Penso no acto de escrever. O real é uma retrospectiva: registar recolher nomear esquecer. A mão obedece é uma bobina de seis pontas quando escreve. Esse é o mundo natural do escritor.
103
Mi siedo e scrivo. È la mia tisana del mattino. Penso all’atto di scrivere. Il reale è una retrospettiva: registrare raccogliere menzionare dimenticare. La mano ubbidisce è una bobina a sei punte quando scrive. Questo è il mondo naturale dello scrittore.
205
Era uma vez um gato preto com uns olhos tão verdes que quando passeava pelo bosque dir-se-ia que era uma sombra em que se tinham aberto dois buracos para se poder ver a verdura do verde.
205
C’era una volta un gatto nero con degli occhi così verdi che quando passeggiava per il bosco si sarebbe detto che era un’ombra in cui s’erano aperti due buchi perché si potesse vedere il verdeggiare del verde.
231
Dizem alguns: Só aos artistas deveria ser permitido falar acerca da obra de arte. Com efeito, só eles conhecem a desordem, os crimes que ela reclama. Mas tudo são clausuras e a obra deve falar por si.
231
Certi dicono: Solamente agli artisti dovrebbe essere consentito di parlare dell’opera d’arte. Infatti, solo loro conoscono il subbuglio, i crimini che essa reclama. Ma sono tutte clausure e l’opera deve parlare per se stessa.
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Ana Hatherly Senza titolo (1971) |
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