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A última claridade
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L’ultimo bagliore
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Quando eu era muito jovem
e vivia em Paris aos domingos de manhã ia à igreja Trinité onde Messiaen tocava João Sebastião Bach. Tocava admiravelmente com doçuras de amante ou violências de paixão tudo eram zelos e subidos mistérios. A Tocata e Fuga em ré menor ribombava pela nave penetrava no horto cerrado do meu ser que abria suas portas a essa música que me devolvia ao céu. Numa turbação completa num corpo a corpo entre som e matéria sensível tudo era um só alento um transe de assombro e excesso. Uma intimidade quase mística enchia o ar um sopro lustral apagava a palavra: só o som puro imperava em sua fugidia fuga. E então eu mudamente murmurava: Oh música tuas invisíveis vagas são a última claridade que purifica as sombras da vibração perdida. |
Quand’ero molto giovane
e vivevo a Parigi la domenica mattina andavo alla Chiesa della Trinité dove Messiaen suonava Johann Sebastian Bach. Suonava mirabilmente con dolcezze d’amante o violenze di passione tutto era fervore e sublimi misteri. La Toccata e Fuga in re minore rimbombava nella navata penetrava nell’hortus conclusus del mio essere che apriva le sue porte a questa musica che mi restituiva al cielo. In un completo tumulto in un corpo a corpo tra suono e materia sensibile tutto era esaltante un’estasi di stupore ed eccesso. Un’intimità quasi mistica pervadeva l’aria un soffio lustrale estingueva la parola: soltanto il suono puro dominava la sua fuga fugace. Ed ecco che io mutamente mormoravo: Oh musica le tue onde invisibili sono l’ultimo bagliore che purifica le ombre della vibrazione perduta. |
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Toccata e Fuga in re minore J.S. Bach - BWV 561 |
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