O terceiro corvo


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O terceiro corvo
Il terzo corvo


Oh Lisboa
Como eu gostava de ser
O terceiro corvo do teu emblema
estar implícita na tua bandeira
negra e branca
como tinta e papel
como escrita e espaço!

Ser teu desenho
Tua nova lenda
Invenção deste século
Que já não inventa
E se interroga:
Donde vieram estes corvos?

Como tu, Vicente,
Eu também não sou de cá
Não sou daqui
Não pertenço a esta terra
E talvez nem sequer
Pertença a este mundo…

Porém estou aqui
Nesta dolorosa praia lusitana
Cheia de um tumulto inútil
Que enegrece as tuas areias
E polui o ventre do rio
Que os golfinhos há muito desertaram

E olhando as nuvens dedilhadas pelo vento
Sentindo a terna dor do teu sentir sentido
Peço-te, Lisboa
Surge de novo bela
Reinventa
A santidade perdida do teu emblema
Oh Lisbona
Come mi piacerebbe essere
Il terzo corvo del tuo stemma
Essere inclusa nella tua bandiera
Bianca e nera
Come carta e inchiostro
Come spazio e scrittura!

Essere il tuo disegno
La tua nuova leggenda
Invenzione di questo secolo
Che ormai più non inventa
E si domanda:
Da dove venivano questi corvi?

Come te, Vincenzo,
Neanch’io sono di qui
Non sono di queste parti
Non appartengo a questa terra
E forse nemmeno
Appartengo a questo mondo...

E tuttavia sto qui
Su questa dolente spiaggia lusitana
Piena d’un inutile scompiglio
Che annerisce la tua sabbia
E inquina il ventre del fiume
Già da tempo abbandonato dai delfini

E guardando le nuvole pizzicate dal vento
Sentendo la dolce pena dei tuoi intimi sensi
Ti prego, Lisbona,
Riappari nella tua bellezza
Reinventa
La santità perduta del tuo stemma
________________

Bandeira municipal
de Lisboa
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