________________ 
 
 | 
O doido 
 | 
Il folle 
 | 
| 
 
    
Diziam, verdade ou não, que fora rico e são 
e que a despeito dos bens que possuíra acabara endividado, falido e torto. Talvez por isso, embora miserável, a cabeça reta, o andar de quem governa e pisa terra extensa e sua em perambular sob o sol absoluto, absorvido sabe-se lá por que delírios. Absorvido sabe-se lá por que delírios, insultava o vento e o vazio numa agitação de cabelos e palavras e era comum vê-lo penteando com seus dedos encardidos a água das praias, como se província sua, como sua líquida mulher ou filha. Viveu assim, entre feridas e piolhos, até que desceu a noite e uma pedra veio buscá-lo.  | 
   
Dicevano, vero o no, che era stato ricco e sano 
e che a dispetto dei beni che aveva posseduto era finito indebitato, fallito e matto. Forse per questo, seppur miserabile, la testa era alta, l’andatura di chi governa e calpesta terra vasta e sua nel girovagare sotto il sole assoluto, assorbito chissà da quali deliri. Assorbito chissà da quali deliri, insultava il vento e il vuoto in uno scompiglio di capelli e parole ed era frequente vederlo pettinare con le sue dita sudicie l’acqua delle spiagge, come se fosse proprietà sua, come fosse una liquida moglie o una figlia. Visse così, tra ferite e pidocchi, finché discese la notte e una pietra lo venne a cercare.  | 
________________ 
 
 | 
    
     
    
     | 
| Chaïm Soutine L'idiota (1940 ca.)  | 

Nessun commento:
Posta un commento