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D. Bailador-Bailarino - III
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D. Danzatore-Ballerino - III
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III
Ele é fauno, é flora amorável, Ele é mito, ele é loiro, ele é palma, É palavra carnal duma alma, É o fixo, é o instável. Ele é tarde de cinzas, é poente fantástico, Ele é lívido Gólgota, paisagem lunar, Ele é triste balaústre cismático Em marmórea varanda, ao luar. Ele é fútil ficção, Pierrot Suspirante, cintilante Arlequim, Ele é tal artifício, mas tão gracioso Que, se vivo inda fora, gostoso O pintara Watteau. Ele é renda, ele é asa, ele é pluma E transcende o autor de que dança um adágio; Mas também é tormenta, também é naufrágio; É visão de afogado trazido na espuma; Ele é amoroso de murcha coragem Sorvendo, de longe, seus longos martírios; Ele é D. Juan do sangue selvagem A cuja passagem fenecem os lírios. Ele é confluência das dúvidas todas Hamleticamente dançando dilemas Da jovem de Atenas, em véspera de bodas, Tecendo, com rosas, fragrantes diademas. Ele é fauno, mais fauno que o fauno Ressuscitado Por santo milagre de S. Debussy ! ... E logo, converso, em outro bailado, Pureza sem mancha seu gesto sorri. Ele é sopro, ele é fumo na aragem, Ele é fluido, ele é nimbo, é paisagem No leito dormente de um rio Em sonâmbulo estio. Ele é aço, ele é mola, ele é pincho, Ele é som de metal, ele é guincho, Explosão e tambor, O Bailador-Bailarino ! O Bailarino-Bailador ! |
III
Egli è fauno, è flora amorevole, Egli è mito, è biondo, è palma, É la corporea parola di un’anima, Egli è l’immoto, è l’instabile. Egli è sera cinerea, tramonto favoloso, É livido Golgota, paesaggio spettrale, Egli è triste balaustra pensosa Su altana marmorea, sotto il chiaror lunare. Egli è futile farsa, Pierrot Sospiroso, scintillante Arlecchino, É molto artefatto, ma talmente grazioso Che, se ancor fosse vivo, lezioso Lo avrebbe dipinto Watteau. É merletto, è ala ed è piuma E trascende l’autore di cui danza un adagio; Ma è pure tormenta, è pure naufragio; É visione d’affogato trascinato nella spuma; Egli è l’amoroso di scarso coraggio Che, lungi, si strugge in lunghi martíri; Egli è Don Giovanni dal sangue selvaggio Al cui passaggio appassiscono i gigli. Egli è confluenza di tutte le incertezze, Della giovane ateniese danzando i dilemmi Amleticamente, alla vigilia delle nozze, Tessendo, di rose, fragranti diademi. Egli è fauno, più fauno d’un fauno Resuscitato Per santo miracolo di San Debussy! ... E presto, in altro balletto, trasfigurato, Purezza immacolata ti porge costui. Egli è soffio, è fumo nel vento, Egli è fluido, è nembo, è ambiente Nell’alveo dormiente d’un rio In estivo sonnambulismo. Egli è acciaio, è piroetta, è molla Egli è suono metallico, è strillo, Esplosione e tamburo, O Danzatore-Ballerino! O Ballerino-Danzatore! |
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William Blake Oberon, Titania e Puck con fate danzanti (1786) |
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