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Páscoa
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Pasqua
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Há quanto, há quanto já que os versos me não vinham!
Ausente, seco, nulo, é que eu, feliz, andava. E as asas que outro tempo ao alto me sustinham, Meu sentir-me assim bem mas depenava. Vivendo como quem lhe sabe bem dormir Sabendo que lá fora há chuva e ventania, Quase esquecido, já, de ter de me cumprir, Oco de tudo é que eu, feliz, vivia. Tão oco de ilusões como dos desesperos Sem os quais nada, em nós, nos força ir mais além, Há quanto, há quanto já meus altos fados feros Me davam tréguas!, e eu vivia bem. E os versos não me vindo, eu não fazia versos, Pois versos para quê?, se eu era, enfim, feliz, Só corrigindo, atento, os que aí há dispersos Comemorando infernos em que os fiz! Hoje, porém, peguei num lápis, num papel, Sobre o meu ombro, Alguém, pesando, se inclinou, E, sob o seu ditado, a pena tinta em fel, O meu mal no papel se derramou... Alastra, sangue meu!, que és Espírito, e excedes Os exíguos canais das minhas curtas veias, E a quem com sede vem molhar os lábios, pedes Aspirações, paixões, sonhos, ideias... Que cego, cego andava!, e louco!, e surdo-mudo!, Enquanto me arrastei, julgando ser viver Esse fechar o olhar cansado sobre tudo, Sem, sobre tudo, te sentir correr! Bem hajas, pois, quem quer que me feriste fundo Quando já me eu julgava a salvo em chão seguro, E me atiraste, assim, de novo para o mundo Em que entro imundo, e me levanto puro! |
Da quanto, da quanto i versi non mi venivano più!
Svagato, sterile, nullo, lietamente me ne andavo. E le ali che in altri tempi mi tenevano su, Quel mio benessere pian piano le spiumava. Vivendo come chi s’accontenti di dormire Conscio che là fuori non c’è che pioggia e vento, Quasi immemore, ormai, di dovermi realizzare, Di tutto svuotato, vivevo lieto e contento. Così libero d’amarezze e da illusioni Senza le quali niente ad andar oltre ci sprona, Da quanto, da quanto ormai i miei inclementi destini Mi davano requie!, e con me la vita era buona. E se i versi non venivano, non componevo versi, E versi poi perché?, se infine ero felice Solo rivedendo, solerte, quelli andati dispersi Rammentando l’inferno in cui li feci! Oggi, tuttavia, afferrai carta e matita, Sopra la mia spalla, Qualcuno, dolente, si curvò, E, sotto dettatura, la penna in fiele inumidita, Il mio dolore sulla pagina si riversò... Trabocca, sangue mio!, tu che sei Spirito e invadi I sottili canali delle mie corte vene, E a chi viene a bagnare le assetate labbra, chiedi Aneliti, passioni, sogni, idee... Com’era cieco!, com’ero folle!, e sordomuto!, Allora io mi trascinavo, convinto fosse vivere Quel distogliere lo sguardo stremato su tutto, Senza, soprattutto, sentirti fluire! Chiunque tu sia, ti ringrazio per avermi ferito a fondo Quando ormai pensavo d’esser salvo in terreno sicuro, E mi gettasti, così, di nuovo verso il mondo Ove io entro immondo, per risorgere puro! |
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S.K. Sahni Space - G (2011) |
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