Poema lírico


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Poema lírico
Poema lirico



  Amiga, amiga! De braço dado atravessamos o arco-íris.
  Quem nos dá esta força que nos impele acima do mar e das montanhas?
Deixamos lá embaixo os bens materiais, a violência da vida.
Amiga, amiga! Teu rosto é semelhante à lua moça,
Há nas tuas roupas um cheiro bom de mato virgem.
Tua fala saiu da caixinha de música dos meus sete anos,
 E te empinas no azul com a graça dos papagaios que eu soltava.
Ó amiga! Deixamos o reino dos homens bárbaros
Que fuzilam crianças com bonecas ao colo,
E ei-nos livres, soprados pelos ventos,
Até onde não alcançam os aparelhos mecânicos.
Unidos num minuto ou num século, que importa.

Agarrados à cauda de um cometa percorremos a criação.
Teu rosto desvendou os olhos comunicantes.
Não há mistério: só nós dois sabemos nosso nome,
As fronteiras entre amor e morte.
Eu sou o amante e tu és a amada.

Para que organizar o tempo e o espaço?


 Amica, amica! Sottobraccio abbiamo attraversato l’arcobaleno.
 Chi ci dà questa forza che ci spinge al di sopra dei mari e delle montagne?
Abbiamo lasciato laggiù i beni materiali, la violenza della vita.
Amica, amica! Il tuo volto assomiglia alla luna fanciulla,
C’è nei tuoi vestiti il buon profumo della foresta vergine.
La tua voce è uscita dal carillon dei miei sette anni,
 E t’innalzi nel blu con la grazia dei pappagallini che io liberavo.
O amica! Abbiamo lasciato il regno degli uomini barbari
Che sparano ai bimbi con le bambole in braccio,
Ed eccoci liberi, portati da venti,
Fin dove gli apparecchi meccanici non arrivano.
Uniti per un minuto o un secolo, che importa.

Aggrappati alla coda di una cometa percorriamo il creato.
Il tuo volto ha rivelato occhi comunicanti.
Non c’è mistero: solo noi due sappiamo il nostro nome,
Le frontiere tra amore e morte.
Io sono l’amante e tu sei l’amata.

Perché organizzare il tempo e lo spazio?

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Marc Chagall
Sulla città (1918)

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