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A mulher visível
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La donna visibile
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Algo de enigmático e indeciso
Durante anos existiu entre nós,
Uma antemanhã de amor, uma vida sem marco.
Amavas Vermeer de Delft, os gatos e as mazurcas.
Sempre estiveste à espera da doçura,
Mas veio a violência em rajadas,
Vieram o pânico e a febre.
Não te pude ver doente nem morta:
Recebi a obscura notícia
Depois que as roseiras começavam a crescer
Sobre tua estreita sepultura.
Hoje existes para mim
De uma vida mais forte, em plenitude,
Daquela vida que ninguém pode arrebatar
– Nem o tempo, nem a espessura, nem os anjos maus
Que torturaram tua infância árida.
Hoje vives em mim
Com a doçura que sempre desejaste:
Alcanças enfim tua visibilidade.
Durante anos existiu entre nós,
Uma antemanhã de amor, uma vida sem marco.
Amavas Vermeer de Delft, os gatos e as mazurcas.
Sempre estiveste à espera da doçura,
Mas veio a violência em rajadas,
Vieram o pânico e a febre.
Não te pude ver doente nem morta:
Recebi a obscura notícia
Depois que as roseiras começavam a crescer
Sobre tua estreita sepultura.
Hoje existes para mim
De uma vida mais forte, em plenitude,
Daquela vida que ninguém pode arrebatar
– Nem o tempo, nem a espessura, nem os anjos maus
Que torturaram tua infância árida.
Hoje vives em mim
Com a doçura que sempre desejaste:
Alcanças enfim tua visibilidade.
Qualcosa di enigmatico ed incerto
Per anni c’è stato fra noi,
Un’aurora d’amore, una vita senza limiti.
Tu amavi Vermeer di Delft, i gatti e le mazurche.
Sei sempre stata in attesa di tenerezza,
Ma è arrivata la violenza a bordate,
Sono arrivati il panico e la febbre.
Né malata né morta t’ho potuta vedere:
M’han dato la tetra notizia
Quando un roseto cominciava ormai a crescere
Sul tuo angusto sepolcro.
Oggi tu esisti per me
D’una vita più intensa, più completa,
Di quella vita che nessuno può toglierti
– Né il tempo, né la materia, né gli angeli maligni
Che hanno afflitto la tua squallida infanzia.
Oggi tu vivi in me
Con la tenerezza cui hai sempre aspirato:
Finalmente conquisti la tua visibilità.
Per anni c’è stato fra noi,
Un’aurora d’amore, una vita senza limiti.
Tu amavi Vermeer di Delft, i gatti e le mazurche.
Sei sempre stata in attesa di tenerezza,
Ma è arrivata la violenza a bordate,
Sono arrivati il panico e la febbre.
Né malata né morta t’ho potuta vedere:
M’han dato la tetra notizia
Quando un roseto cominciava ormai a crescere
Sul tuo angusto sepolcro.
Oggi tu esisti per me
D’una vita più intensa, più completa,
Di quella vita che nessuno può toglierti
– Né il tempo, né la materia, né gli angeli maligni
Che hanno afflitto la tua squallida infanzia.
Oggi tu vivi in me
Con la tenerezza cui hai sempre aspirato:
Finalmente conquisti la tua visibilità.
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Jan Vermeer Giovane donna assopita (1657) |
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