cantiga ao luar


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cantiga ao luar
canzone al chiar di luna


quando estás nua
teu corpo parece a lua
branco cisne
navegando o lago azul de minha noite
mas estás quieta
estás parada
é a noite quem flutua
enluarada e bela
e nossos olhos imóveis
são testemunhas
teus seios dormem
e mesmo adormecidos
sonham comigo
teu corpo cheira
a flor de laranjeira
e nesta noite te sinto:
corcel negro ao vento
cavalgando a clara estrada
teus pés alvos descalços
parece que têm asas
e me abraçam até que o
fim seja um novo começo
até que o tudo seja nada
estou perdido em tua enseada
devorado pelo silêncio
– ah, gentil criatura!
tua claridade é enamorada

de minha noite escura
os grilos e seus noturnos
todos param para me ouvir
cantar esta cantiga a ti
e tu então ouves calada
a minha calma serenata
e sou teu menestrel
sob os olhos claros das estrelas
quando sei nuda
il tuo corpo somiglia alla luna
bianco cigno
che solca il lago blu della mia notte
ma tu sei quieta
sei ferma
è la notte che fluttua
lunare e bella
e i nostri occhi immobili
fanno da testimoni
i tuoi seni dormono
ed anche nel sonno
sognano me
il tuo corpo profuma
di fiori d’arancio
e in questa notte ti sento:
nero destriero al vento
che corre sulla strada chiara
scalzi i tuoi piedi bianchi
sembra che abbiano ali
e m’abbracciano affinché la
fine sia un nuovo inizio
finché il tutto sia niente
sono perduto nella tua insenatura
divorato dal silenzio
– ah, gentil creatura!
il tuo chiarore è innamorato

della mia notte scura
i grilli e i loro notturni
tutti s’arrestano per udirmi
cantare questa canzone per te
e tu intanto ascolti muta
la mia calma serenata
e sono il tuo menestrello
sotto gli occhi chiari delle stelle
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Hugo Henneberg
The Blue Pond (1904)
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