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Quadro
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Quadro
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O crepúsculo demora-se a esboçar
Nos longínquos céus tons impressionistas.
O dia termina e deixa ao relento
Cachos de cadáveres,
Homens e cavalos de olhos vazados
Por uma expressão vazia, polar.
O sangue já se cansou e parou de correr.
O ar, cortado todo o dia
Pelas lâminas dos gritos,
Pelos gritos metálicos das lâminas que se encontram,
Pelo ódio a que outro ódio responde,
É agora plácido, pacífico.
Foi precisa a morte de todos estes homens
Para que houvesse paz.
E nenhum destes que aqui caiu,
Sorvido inteiro num esgar de dor,
Há-de encontrar o descanso
Da vitória ou da derrota:
Para os mortos só há a morte.
Nos longínquos céus tons impressionistas.
O dia termina e deixa ao relento
Cachos de cadáveres,
Homens e cavalos de olhos vazados
Por uma expressão vazia, polar.
O sangue já se cansou e parou de correr.
O ar, cortado todo o dia
Pelas lâminas dos gritos,
Pelos gritos metálicos das lâminas que se encontram,
Pelo ódio a que outro ódio responde,
É agora plácido, pacífico.
Foi precisa a morte de todos estes homens
Para que houvesse paz.
E nenhum destes que aqui caiu,
Sorvido inteiro num esgar de dor,
Há-de encontrar o descanso
Da vitória ou da derrota:
Para os mortos só há a morte.
Il crepuscolo stenta a delinearsi
Sui cieli distanti dai toni impressionisti.
Il giorno termina e lascia alla rugiada
Grappoli di cadaveri,
Uomini e cavalli con gli occhi trafitti
Da un’espressione vacua, polare.
Il sangue ormai è esausto e più non scorre.
L’aria, squarciata tutto il giorno
Dalle lame delle grida,
Dalle grida metalliche delle lame che si scontrano,
Dall’odio a cui altro odio risponde,
È ora placida, pacifica.
C’è voluta la morte di tutti questi uomini
Perché ci fosse pace.
E nessuno di quanti qui sono caduti,
Tutto assorto in una smorfia di dolore,
Potrà incontrare la tregua
Della vittoria o della disfatta:
Per i morti non c’è che la morte.
Sui cieli distanti dai toni impressionisti.
Il giorno termina e lascia alla rugiada
Grappoli di cadaveri,
Uomini e cavalli con gli occhi trafitti
Da un’espressione vacua, polare.
Il sangue ormai è esausto e più non scorre.
L’aria, squarciata tutto il giorno
Dalle lame delle grida,
Dalle grida metalliche delle lame che si scontrano,
Dall’odio a cui altro odio risponde,
È ora placida, pacifica.
C’è voluta la morte di tutti questi uomini
Perché ci fosse pace.
E nessuno di quanti qui sono caduti,
Tutto assorto in una smorfia di dolore,
Potrà incontrare la tregua
Della vittoria o della disfatta:
Per i morti non c’è che la morte.
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Renato Guttuso Battaglia di Ponte dell'Ammiraglio (1951-1952) |
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