Noções de Linguística Aplicada


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Noções de Linguística Aplicada
Nozioni di linguistica applicata


Um sujeito de bruma,
Um agente chamado poeta
Que rema contra os rumos,
Um predicado múltiplo, estilhaçado,
Precário e eterno,
Um retorno a lado algum,
Memória do imemorável,
Semente de uma qualquer consciência afogada.
Objecto directo como um polvo de cores,
Um relâmpago de gestos,
A fugacidade de uma permanência,
A superfície como um buraco
Esboroando-se lenta, lentamente.
Objecto indirecto a amada,
Incerta, distante, onírica, imaginada,
Próxima, terna.
Obliquo, um complemento circunstancial de silêncio,
Um tempo construído nas palavras,
Um modo mutável, quase miragem.
Um meio de voz, a voz profanando,
A causa, a sede desesperada das estrelas invisíveis
Mas nítidas, e este é o fim,
Porque fim não é síntese, não é completude
De nada ou ninguém.
Sem companhia, um sujeito transforma,
Faz emergir da estrutura de superfície
A estrutura profunda
Destruindo a gramática do pó,
Destruindo linguísticas, sintaxes, morfologias,
Queimando as palavras hieráticas,
Mantendo apenas viva na lembrança a arte de esquecer.

Un soggetto di bruma,
Un agente chiamato poeta
Che rema in senso opposto ai suoi intenti,
Un predicato multiplo, frammentato,
Precario ed eterno,
Un ritorno in nessun posto,
Memoria dell’immemorabile,
Semente di qualunque coscienza affogata.
Oggetto diretto come un polpo colorato,
Un lampo di gesti,
La fugacità di una permanenza,
La superficie come un buco
Che si sgretola molto lentamente.
Oggetto indiretto l’amata,
Incerta, distante, onirica, immaginata,
Prossima, tenera.
Obliquo, un complemento circostanziale di silenzio,
Un tempo costruito sulle parole,
Un modo mutevole, quasi un miraggio.
Un mezzo vocale, che la voce profana,
La causa, la sete disperata delle stelle invisibili
Ma nitide, e questa è la fine,
Perché fine non è sintesi, non è compiutezza
Di niente e di nessuno.
Senza compagnia, un soggetto trasforma,
Fa emergere dalla struttura di superficie
La struttura profonda
Distruggendo la grammatica della polvere,
Distruggendo ogni linguistica, sintassi, morfologia,
Bruciando le parole ieratiche,
Mantenendo viva nel ricordo soltanto l’arte dell’oblio.

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Umberto Boccioni
Testa, luce, ambiente (1912)
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