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Naturalidade
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Natali
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Europeu, me dizem.
Eivam-me de literatura e doutrina européias e europeu me chamam. Não sei se o que escrevo tem raiz de algum pensamento europeu. È provável... Não. È certo, mas africano sou. Pulsa-me o coração ao ritmo dolente desta luz e deste quebranto. Trago no sangue uma amplidão de coordenadas geográficas e mar Indico. Rosas não me dizem nada, caso-me mais à agrura das micaias e ao silêncio longo e roxo das tardes com gritos de aves estranhas. Chamais-me europeu? Pronto, calo-me. Mas dentro de mim há savanas de aridez e planuras sem fim com longos rios langues e sinuosos, uma fita de fumo vertical, um negro e uma viola estalando. |
Europeo, mi dicono.
Mi contaminano con letteratura e dottrine europee e mi chiamano europeo. Non so se quel che scrivo abbia radici in qualche pensiero europeo. È possibile... No. É certo, ma io sono africano. Il mio cuore pulsa al ritmo dolente di questa luce e di questa inerzia. Reco nel sangue un’estensione di coordinate geografiche e oceano Indiano. Le rose a me non dicono niente, meglio mi abbino all’asprezza dei mandaranci e al silenzio lungo e violaceo delle sere tra le grida di strani uccelli. Mi chiamate europeo? D’accordo, taccio. Ma dentro di me vi sono aride savane e pianure infinite con lunghi fiumi fiacchi e sinuosi, un filo di fumo verticale, un negro e una chitarra vibrante. |
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Lynette Yiadom-Boakye Divine Repose (2021) |
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