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(os velhos, os pombos, os gatos)
Alguns habitantes queixam-se dos pombos. Do mal que fazem às fachadas, às estátuas, à pintura dos automóveis. Os pombos não voam a gasolina e têm humaníssimos hábitos como a gula, as rivalidades do cio, a sede e a urgência de defecar. Detestam coleiras, gaiolas, amparos de casota, ausência de jardins e adornos de penas alheias. E por este divino despojamento recebem, às vezes, algum milho displicente dádiva de crianças para a fotografia, ou de benignos velhos reformados. Algumas mulheres continuam a socorrer os antiquíssimos (e terrestres) gatos vadios. Gatos da minha infância. Dos muros, das traseiras, dos quintais - o Sindbad, a Pardoca - com restos de arroz em papéis engordurados. Carinhosas velhas, atentas à famélica e materna condição das ninhadas, enquanto os pombos e os velhos debicam espaços de pedra onde levavam asas e entre todos assoma, por instantes, a decaída aliança entre o Céu e a Terra. |
(i vecchi, i piccioni, i gatti)
Alcuni residenti si lamentano dei piccioni. Del danno che fanno alle facciate, alle statue, alla vernice delle automobili. I piccioni non volano a benzina e hanno umanissime abitudini come la gola, le rivalità amorose, la sete e il bisogno di defecare. Detestano collari, gabbie, cucce a casetta, assenza di giardini e fronzoli di penne altrui. E per questa divina semplicità ricevono, a volte, un po’ di miglio, ricompensa distratta di bambini per la fotografia, o di benevoli vecchi pensionati. Alcune donne continuano a proteggere vecchissimi (e terrestri) gatti randagi. Gatti della mia infanzia. Dei muretti, dei vicoli, dei cortili - il Sinbad, la Pardoca - con avanzi di riso in untuosi cartocci. Vecchie amorevoli, attente alla famelica e materna condizione delle nidiate, mentre i piccioni e i vecchi si godono spazi di pietra ove li han portati le ali e fra tutti si rinsalda, temporaneamente, la decaduta alleanza tra il Cielo e la Terra. |
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Angelo Sirio Pellegrini Piccioni verso sera (1950) |
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