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Ovidiana
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Ovidiana
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Que não, que não, não disseste sequer.
Espojada na cama, como uma bacante
Gozando a sua fadiga na erva, tão-pouco olhaste
Para nós, os teus censores. Nada.
Cabe-nos a nós o arrependimento choroso?
Devemos multiplicar-nos em promessas e presentes?
Teríamos preferido nem que fosse algum enfado.
Traíste-nos com o teu marido.
Porquê, porquê, se tão bem repartíamos entre nós
Os teus favores, os teus encantos,
A horas e dias certos, sem concorrentes?
E, agora, o teu marido. Só faltava este.
Espojada na cama, como uma bacante
Gozando a sua fadiga na erva, tão-pouco olhaste
Para nós, os teus censores. Nada.
Cabe-nos a nós o arrependimento choroso?
Devemos multiplicar-nos em promessas e presentes?
Teríamos preferido nem que fosse algum enfado.
Traíste-nos com o teu marido.
Porquê, porquê, se tão bem repartíamos entre nós
Os teus favores, os teus encantos,
A horas e dias certos, sem concorrentes?
E, agora, o teu marido. Só faltava este.
No, no, nemmeno un no hai detto.
Denudata sul letto, come una baccante
Che gode della sua fatica sull’erba, neppure hai guardato
Verso di noi, i tuoi censori. Nulla.
Spetta a noi il pentimento lagnoso?
Dobbiamo effonderci in promesse e presenti?
Avremmo preferito non essere affatto d’incomodo.
Ci hai tradito con tuo marito.
Perché, perché, se così bene c’eravamo divisi tra noi
I tuoi favori, le tue delizie,
Ad ore e giorni certi, senza concorrenti?
E, adesso, tuo marito. Ci mancava solo questo.
Denudata sul letto, come una baccante
Che gode della sua fatica sull’erba, neppure hai guardato
Verso di noi, i tuoi censori. Nulla.
Spetta a noi il pentimento lagnoso?
Dobbiamo effonderci in promesse e presenti?
Avremmo preferito non essere affatto d’incomodo.
Ci hai tradito con tuo marito.
Perché, perché, se così bene c’eravamo divisi tra noi
I tuoi favori, le tue delizie,
Ad ore e giorni certi, senza concorrenti?
E, adesso, tuo marito. Ci mancava solo questo.
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Juarez Machado L'ultimo tango (1941) |
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