Vilnius no fim do Verão


Nome:
 
Collezione:
Fonte:
 
Altra traduzione:
Nuno Rocha Morais »»
 
Poesie inedite »»
nunorochamorais.blogspot.com (luglio 2023) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


Vilnius no fim do Verão
Vilnius alla fine dell’estate


É a primeira imagem da nova Europa –
Assim lhe chamam, mas esteve sempre aqui –
Imolada, renascida.
Vytautas, Mindaugas, Barbora Radvilaitè –
A espada e a beleza, a astúcia e a graça.
Aqui, o Verão, mesmo o fim do Verão, é livre ainda,
Corre pela tarde que vem do sânscrito.
As torres acordam com a noite.
O céu esteve muito tempo enterrado,
Mas quando passamos pelas estátuas ao lusco-fusco,
É quase possível sentir a formação de um sorriso,
Como se dentro delas influísse ainda
A instilação de sangue e pó que vem no vento.
A terra bebeu os mortos até à última gota
E devolve-os agora no esplendor do Verão.
Os bosques só crescem nos países livres
E isto não precisa de verdade para ser verdadeiro.
O Inverno vai chegar, mas o Verão não tem medo
E, em Setembro, é ainda ouro, âmbar, espelhos.
Acabou a indiferença da arquitectura,
Agora sensível ao Verão e à luz,
Como será à neve e ao vento.
Uma cidade de pálpebras
Obstinadamente cerradas
Pela indiferença,
O horizonte cortado rente.
È la prima immagine della nuova Europa –
La chiamano così, ma è sempre stata qui –
Immolata, risorta.
Vytautas, Mindaugas, Barbora Radvilaitè –
La spada e la bellezza, l’astuzia e la grazia.
Qui, l’estate, persino la fine dell’estate, è ancora libera,
S’addentra nella sera che procede dal sanscrito.
Le torri si svegliano con la notte.
Il cielo è stato per molto tempo sepolto,
Ma quando passiamo tra le statue al crepuscolo,
È quasi possibile avvertire la formazione d’un sorriso,
Come se al loro interno penetrasse ancora
Lo stillicidio di sangue e polvere che si porta il vento.
La terra s’è bevuta i morti fino all’ultima goccia
E li restituisce ora nello splendore estivo.
I boschi crescono solo nei paesi liberi
E questo non necessita di verità per esser vero.
L’inverno arriverà, ma l’estate non ne ha paura
E, a settembre, v’è ancora oro, ambra, specchi.
È finita l’indifferenza dell’architettura,
Ora sensibile all’estate e alla luce,
Come lo sarà alla neve e al vento.
Una città di palpebre
Ostinatamente serrate
Dall’indifferenza,
L’orizzonte tagliato corto.
________________

Jozef Simmler
La morte di Barbara Radziwiłł (1860)
...

Nessun commento:

Posta un commento

Nuvola degli autori (e alcune opere)

A. M. Pires Cabral (44) Adélia Prado (40) Adolfo Casais Monteiro (36) Adriane Garcia (40) Affonso Romano de Sant’Anna (41) Al Berto (38) Albano Martins (41) Alexandre O'Neill (29) Ana Cristina Cesar (39) Ana Elisa Ribeiro (40) Ana Hatherly (43) Ana Luísa Amaral (40) Ana Martins Marques (48) Antônio Cícero (40) António Gedeão (37) António Ramos Rosa (39) Augusto dos Anjos (50) Caio Fernando Abreu (40) Carlos Drummond de Andrade (43) Carlos Machado (107) Casimiro de Brito (40) Cecília Meireles (37) Conceição Evaristo (33) Daniel Faria (40) Dante Milano (33) David Mourão-Ferreira (40) Donizete Galvão (41) Eugénio de Andrade (34) Ferreira Gullar (39) Fiama Hasse Pais Brandão (38) Francisco Carvalho (40) Galeria (27) Gastão Cruz (40) Gilberto Nable (46) Hilda Hilst (41) Inês Lourenço (40) João Cabral de Melo Neto (44) João Guimarães Rosa (33) João Luís Barreto Guimarães (40) Jorge de Sena (40) Jorge Sousa Braga (40) José Eduardo Degrazia (40) José Gomes Ferreira (41) José Saramago (40) Lêdo Ivo (33) Luis Filipe Castro Mendes (40) Manoel de Barros (36) Manuel Alegre (41) Manuel António Pina (32) Manuel Bandeira (40) Manuel de Freitas (41) Marina Colasanti (38) Mário Cesariny (34) Mario Quintana (38) Miguel Torga (31) Murilo Mendes (32) Narlan Matos (85) Nuno Júdice (32) Nuno Rocha Morais (435) Pássaro de vidro (52) Poemas dos dias (23) Poemas Sociais (30) Reinaldo Ferreira (23) Ronaldo Costa Fernandes (42) Rui Pires Cabral (44) Ruy Belo (28) Ruy Espinheira Filho (43) Ruy Proença (41) Sophia de Mello Breyner Andresen (32) Tesoura cega (35) Thiago de Mello (38) Ultimos Poemas (103) Vasco Graça Moura (40) Vinícius de Moraes (34)