Pela estrada amena...


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Pela estrada amena...
Lungo l’amena strada...


Pela estrada amena, saem-nos ao caminho,
Como salteadores ocultos entre os fenos altos
Dois ou três versos do Canzoniere
Gravados numa placa de mármore branco –
Passos reais na passeada ficção
De uma mulher encurralada num ideal,
Eterno muito, feminino pouco.
Continuamos a caminhar entre árvores
Até ao castelo onde vão celebrar
A missa campal para a bênção da floresta.
No pátio, o sermão do padre
Sobre um reino que não é deste mundo,
Responde, como em desafio, este mundo
Com o rumorejar de abetos e águas,
Crocitos, os pés de crianças arrastados no cascalho,
A instalação sonora que se esganiça,
O bramido de trompas de caça.
Depois, o padre brande o hissope
E asperge o bosque adjacente,
De onde sopram as primícias do Outono,
E ouço-te casquinar de manso ao meu lado.
De repente, as nuvens mudaram de ideia,
E a sua realidade, em animação suspensa,
Abateu-se sobre nós em bátega.

Lungo l’amena strada, ci assaltano sul cammino,
Come banditi appostati in mezzo al fieno alto
Due o tre versi del Canzoniere
Incisi su una placca di marmo bianco –
Passi reali nella passeggiata fittizia
D’una donna intrappolata in un ideale,
Molto eterno, poco femminino.
Continuiamo a camminare tra gli alberi
Fino al castello ove si celebrerà
La messa da campo per la benedizione della foresta.
Nella corte, al sermone del prete
Su di un regno che non è di questo mondo,
Risponde, come per sfida, questo mondo
Col rumoreggiare di abeti e acque,
Gracidii, piedi di bimbi strascicati sulla ghiaia,
L’impianto sonoro che stride,
Il bramito dei corni da caccia.
Poi, il prete brandisce l’issopo
E asperge il bosco adiacente,
Da dove spirano i preludi dell’Autunno,
E ti sento ridacchiare dolcemente al mio fianco.
D’improvviso, le nuvole han cambiato idea,
E la loro realtà, in animazione sospesa,
S’è abbattuta su di noi a scrosci.

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Vincent van Gogh
Sottobosco con due figure (1890)
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