Modo histórico da cidra


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Modo histórico da cidra
Modo storico del cedro


Numa lápide, afinal, num puro tampo
(de mesa), um ente nasce:
o fruto (diáfano); cidra, em si a sua origem;
vem do tempo, celta ou da ibéria, já
me transcende?
Ó reino pressuposto de um
vegetal; essa paragem – cidra – no percurso.
Num tempo celebrado, o aniversário.
É um suco mortífero, ou o de um real
aberto porque o vêem muitos modos ou o dizem.
Meus anos expostos (a frutos) que formas
confirmaram: ou, mais longínquo,
houve o soalho: no espaço a hora ocorre.
A omissão de cidra ou mármore ágrio é um dom
do luto: meu exercício e o mundo.

E que urna ou ornamento (essa mesa)? É
um sentido vário; não que pareça,
mas, quando imóvel, muda. A emoção de ser
corpo (um fruto) decomposto que hoje
recrio ou lego: a minha existência
(entre os iberos) urge.

Su una lapide, in fondo, su un mero piano
(di tavolo), nasce un’entità:
il frutto (diafano): cedro, in sé la propria origine;
viene dal tempo, celtico o iberico, già
mi trascende?
O regno presunto d'un
vegetale: questa fermata - cedro - lungo il percorso.
In un giorno festeggiato, il compleanno.
È un succo mortale, o quello d’una realtà
palese poiché molti sono i modi di vederlo o di dirlo.
I miei anni esposti (a frutti) che le forme
hanno confermato; o, più alla lontana,
c’è stato l’impiantito; quel momento ricorre nello spazio.
La mancanza del cedro o dell'aspro marmo è un dono
di cordoglio: mio esercizio e mondo.

Ed è urna o ornamento (questo tavolo)? È
variabile il senso; non che sia evidente,
ma, quand’è immobile, cambia. L’emozione d’essere
corpo (un frutto) decomposto che oggi
ricreo o trasmetto: la mia esistenza
(tra gli iberi) urge.

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Giovanna Garzoni
Natura morta con cedri (1660-1662)
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