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Considero à vista o poema...
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Considero a vista la poesia...
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Considero à vista o poema
uma gota de lodo, pois é possível
pintá-lo com o bico superior alto
e o bojo rotundo cheio
de esquírolas e de depósitos.
Escuro e medonho foi como
os renascentes me indicaram
o abismo do mar. Os hipostáticos,
os frenéticos românticos
ao sentir brotar o terror existencial,
viram que o elemento água
ensopava a alma e os olhos
sem diferença, e que o estrépito
das situações extremas no mar
traduzia o pânico de morrer.
Considero o poema o mar,
com uma pasta arroxeada
no lugar mais adequado à água.
Também tem um fundo
de desperdícios, uma dimensão
espaçosa cheio de cavername
solto, que me obriga
a ranger como uma arte
os meus ossos de poeta,
sem nenhuma crença herética,
senão a de que a morte teve noções
diversas e que a noção mais cruel
foi a que a assemelhou tanto
à vida, que os meus contemporâneos
a sentem como a ser assistida
imediatamente pela sua consciência.
Para quem como eu viu
o próprio corpo do poema
tomar uma configuração mole,
semelhante a um licor
em gotículas ou à de coágulos,
estando longe de mim neste caso
uma associação de ideias
com a morte ou a agonia,
esta hora é já
a imagem de púrpura
de um ocaso impessoal.
Olhado como uma abóbada
de pele plástica estendida
e repuxada pelos querubins,
que não quero esquecer
como anjos necessários,
que os bizantinos confundiram
em demasiados pormenores
com aves nítidas, tantas vezes
azuis enquanto o céu se dourava.
uma gota de lodo, pois é possível
pintá-lo com o bico superior alto
e o bojo rotundo cheio
de esquírolas e de depósitos.
Escuro e medonho foi como
os renascentes me indicaram
o abismo do mar. Os hipostáticos,
os frenéticos românticos
ao sentir brotar o terror existencial,
viram que o elemento água
ensopava a alma e os olhos
sem diferença, e que o estrépito
das situações extremas no mar
traduzia o pânico de morrer.
Considero o poema o mar,
com uma pasta arroxeada
no lugar mais adequado à água.
Também tem um fundo
de desperdícios, uma dimensão
espaçosa cheio de cavername
solto, que me obriga
a ranger como uma arte
os meus ossos de poeta,
sem nenhuma crença herética,
senão a de que a morte teve noções
diversas e que a noção mais cruel
foi a que a assemelhou tanto
à vida, que os meus contemporâneos
a sentem como a ser assistida
imediatamente pela sua consciência.
Para quem como eu viu
o próprio corpo do poema
tomar uma configuração mole,
semelhante a um licor
em gotículas ou à de coágulos,
estando longe de mim neste caso
uma associação de ideias
com a morte ou a agonia,
esta hora é já
a imagem de púrpura
de um ocaso impessoal.
Olhado como uma abóbada
de pele plástica estendida
e repuxada pelos querubins,
que não quero esquecer
como anjos necessários,
que os bizantinos confundiram
em demasiados pormenores
com aves nítidas, tantas vezes
azuis enquanto o céu se dourava.
Considero a vista la poesia
una goccia di fango, dato che è possibile
rappresentarla con un alto becco sovrastante
e un ventre rotondo pieno
di schegge e di depositi.
Oscura e spaventosa, essa fu come
i Rinascimentali m’insegnarono
l'abisso del mare. Gli ipostatici,
i frenetici romantici
sentendo insorgere l’angoscia esistenziale,
videro che l'elemento acqua
inzuppava l’anima e gli occhi
senza differenza, e che lo strepito
delle situazioni estreme in mare
traduceva il terrore di morire.
Considero la poesia il mare,
con una massa violacea
nell’ambiente più adeguato all’acqua.
Anch’essa ha un fondale
di rifiuti, una dimensione
estesa piena di carcasse
sparse, che mi obbliga
a far crepitare con arte
le mie ossa di poeta,
senz’alcuna credenza eretica,
salvo quella che la morte aveva cognizioni
diverse e che la cognizione più crudele
fu quella che la rese tanto simile
alla vita, sicché i miei contemporanei
la concepiscono come se fosse sostenuta
costantemente dalla sua coscienza.
Per chi come me ha visto
il corpo stesso della poesia
assumere una conformazione molle,
simile a un liquido
in goccioline o a dei coaguli,
lungi da me in questo caso
un’associazione di idee
con la morte o con l'agonia,
questo momento è già
l'immagine purpurea
d’un tramonto impersonale.
Osservato come una volta
di pellicola plastica dispiegata
e tesa dai cherubini,
che non voglio dimenticare
in quanto angeli necessari,
che i bizantini confusero,
per eccesso di dettagli
con degli uccelli limpidi, molto spesso
azzurri mentre il cielo s’indorava.
una goccia di fango, dato che è possibile
rappresentarla con un alto becco sovrastante
e un ventre rotondo pieno
di schegge e di depositi.
Oscura e spaventosa, essa fu come
i Rinascimentali m’insegnarono
l'abisso del mare. Gli ipostatici,
i frenetici romantici
sentendo insorgere l’angoscia esistenziale,
videro che l'elemento acqua
inzuppava l’anima e gli occhi
senza differenza, e che lo strepito
delle situazioni estreme in mare
traduceva il terrore di morire.
Considero la poesia il mare,
con una massa violacea
nell’ambiente più adeguato all’acqua.
Anch’essa ha un fondale
di rifiuti, una dimensione
estesa piena di carcasse
sparse, che mi obbliga
a far crepitare con arte
le mie ossa di poeta,
senz’alcuna credenza eretica,
salvo quella che la morte aveva cognizioni
diverse e che la cognizione più crudele
fu quella che la rese tanto simile
alla vita, sicché i miei contemporanei
la concepiscono come se fosse sostenuta
costantemente dalla sua coscienza.
Per chi come me ha visto
il corpo stesso della poesia
assumere una conformazione molle,
simile a un liquido
in goccioline o a dei coaguli,
lungi da me in questo caso
un’associazione di idee
con la morte o con l'agonia,
questo momento è già
l'immagine purpurea
d’un tramonto impersonale.
Osservato come una volta
di pellicola plastica dispiegata
e tesa dai cherubini,
che non voglio dimenticare
in quanto angeli necessari,
che i bizantini confusero,
per eccesso di dettagli
con degli uccelli limpidi, molto spesso
azzurri mentre il cielo s’indorava.
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Galileo Chini Dal bastimento per Bangkok (1912) |
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