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A porta branca
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La porta bianca
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Por detrás desta porta,
uma de todas as portas que para mim se abrem
e se fecham,
estou eu ou o universo que eu penso.
Deste meu lado, dois olhos que vigiam
os fenómenos naturais, incluindo a celeste mecânica
e as sociedades humanas, sedentárias e transumantes.
Mas podem os olhos fazer a sua enumeração,
e pode o pensado universo infindamente ir-se,
que para mim o que hoje importa
é aquela olhada vaga porta.
Que ela seja só como a vejo, a porta branca,
com duas almofadas em recorte,
lançada devagar sobre o vão do jardim,
onde o gato, por uma fenda aberta
pela sua pata, tenta ver-me,
tão alheio a versos e a universos.
uma de todas as portas que para mim se abrem
e se fecham,
estou eu ou o universo que eu penso.
Deste meu lado, dois olhos que vigiam
os fenómenos naturais, incluindo a celeste mecânica
e as sociedades humanas, sedentárias e transumantes.
Mas podem os olhos fazer a sua enumeração,
e pode o pensado universo infindamente ir-se,
que para mim o que hoje importa
é aquela olhada vaga porta.
Que ela seja só como a vejo, a porta branca,
com duas almofadas em recorte,
lançada devagar sobre o vão do jardim,
onde o gato, por uma fenda aberta
pela sua pata, tenta ver-me,
tão alheio a versos e a universos.
Dietro questa porta,
una tra le tante porte che per me si aprono
e si chiudono,
ci sono io o l’universo che io penso.
Da questo mio lato, due occhi che vigilano
i fenomeni naturali, comprese la meccanica celeste
e le società umane, sedentarie e transumanti.
Ma gli occhi possono fare la loro classificazione,
e l’universo pensato può infinitamente espandersi,
che per me ciò che oggi importa
è quella vaga porta scrutata.
Che essa sia solo come io la vedo, la porta bianca,
com due pannelli intagliati,
leggermente socchiusa verso la nicchia del giardino,
dove il gatto, attraverso un varco aperto
dalla sua zampa, cerca di vedermi,
così estraneo a versi e a universi.
una tra le tante porte che per me si aprono
e si chiudono,
ci sono io o l’universo che io penso.
Da questo mio lato, due occhi che vigilano
i fenomeni naturali, comprese la meccanica celeste
e le società umane, sedentarie e transumanti.
Ma gli occhi possono fare la loro classificazione,
e l’universo pensato può infinitamente espandersi,
che per me ciò che oggi importa
è quella vaga porta scrutata.
Che essa sia solo come io la vedo, la porta bianca,
com due pannelli intagliati,
leggermente socchiusa verso la nicchia del giardino,
dove il gatto, attraverso un varco aperto
dalla sua zampa, cerca di vedermi,
così estraneo a versi e a universi.
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Vilhelm Hammershøi Porta bianca (1913) |
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