Poema de Sete Faces


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Poema de Sete Faces
Poesia a sette facce


Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

Quando son nato, un angelo sghembo
di quelli che vivono in ombra
mi ha detto: Vai, Carlos, sii gauche nella vita.

Le case spiano gli uomini
che corrono dietro le donne.
La sera forse sarebbe azzurra,
se non ci fossero tanti desideri.

Passa il tram ed è pieno di gambe:
gambe bianche nere e gialle.
Perché tante gambe, mio Dio, si chiede il mio cuore.
I miei occhi però
non chiedono nulla.

L'uomo dietro ai suoi baffi
è serio, semplice e forte.
A stento conversa.
Ha pochi, rari amici
l'uomo dietro ai baffi e agli occhiali.

Mio Dio, perché m’hai abbandonato
pur sapendo che io non ero Dio
pur sapendo che io ero fragile.

Mondo mondo vasto mondo,
se io mi chiamassi Raimondo
sarebbe una rima, ma non una soluzione.
Mondo mondo vasto mondo,
più vasto è il mio cuore.

Non dovrei dirtelo
ma questa luna
ma questo cognac
mi emozionano maledettamente.

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Oliver Quinto
Caricatura di Carlos Drummond de Andrade (1951)
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