Mágica


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Mágica
Magia


É uma estrada no céu silenciosa
um anão sem ninguém que o suspeite
é um braço pregado a uma rosa
um mamilo escorrendo leite

São edénicos anjos expulsos
sonhando quietude e distância
são homens marcados nos pulsos
é uma secreta elegância

São velhos demónios ociosos
fitando o céu bailando ao vento
são gritos rápidos, nervosos
que destroem todo o pensamento

É o frio deserto marinho
operando na escuridão
é o corpo que geme sozinho
é a veia que é coração

São aranhas jovens, pernaltas
arrastando embrulhos para o mar
são altas colunas tão altas
que o chão ameaça estalar

São espadas voantes são vielas
passeios de todos e nenhuns
são grandes rectas paralelas
são grandes silêncios comuns

É uma edição reduzida
das aras da história sagrada
é a técnica mais proibida
da mágica mais procurada
 
É uma estrada no céu silenciosa
por um domingo extenso e plácido
é um anoitecer cor-de-rosa
um ar inocente, ácido

Nel cielo c’è una strada silenziosa
un nano ma nessuno lo sospetta
c'è un braccio inchiodato a una rosa
una mammella da cui scorre latte

Ci sono angeli dal paradiso espulsi
che sognano quiete e distanza
ci sono uomini con ferite sui polsi
c’è una recondita eleganza

Ci sono dei vecchi demoni oziosi
che danzando al vento fissano il cielo
ci sono rapidi strilli, nervosi
che distruggono qualunque pensiero

C'è il freddo deserto marino
che si muove nel tenebrore
c’è il corpo che da solo si duole
c’è la vena che conduce al cuore

Ci sono ragni piccoli ed aironi
che portano bocconi verso il mare
ci sono alte colonne così alte
che il suolo minaccia d’affondare

Ci son spade volanti e ci son calli
passaggi per tutti e per nessuno
ci sono grandi rette parallele
ci son grandi silenzi comuni

C’è un’edizione limitata
sulle are nella storia sacra
c’è la tecnica più proibita
della magia più ricercata

Nel cielo c’è una strada silenziosa
in una domenica lunga e placida
c’è un imbrunire del color di rosa
dall’aria innocente, acida

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Yves Tanguy
Dangers des courants (1938)
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