Poema da Terra Adubada


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Poema da Terra Adubada
Poesia della terra concimata


Por detrás das árvores não se escondem faunos, não.
Por detrás das árvores escondem-se os soldados com
 granadas de mão.

As árvores são belas com os troncos dourados.
São boas e largas para esconder soldados.

Não é o vento que rumoreja nas folhas,
não é o vento, não.
São os corpos dos soldados rastejando no chão.

O brilho súbito não é do limbo das folhas verdes reluzentes.
É das lâminas das facas que os soldados apertam entre
 os dentes.

As rubras flores vermelhas não são papoilas, não.
É o sangue dos soldados que está vertido no chão.

Não são vespas, nem besoiros, nem pássaros a assobiar.
São os silvos das balas cortando a espessura do ar.

Depois os lavradores
rasgarão a terra com a lâmina aguda dos arados,
e a terra dará vinho e pão e flores
adubada com os corpos dos soldados.
Dietro gli alberi non si nascondono fauni. No, nessuno.
Dietro gli alberi si nascondono i soldati con le granate
 in mano.

Gli alberi sono belli con i tronchi dorati.
Son larghi quanto basta per nascondere soldati.

Non è il vento che stormisce fra il fogliame,
no, non è il vento.
Sono i corpi dei soldati che strisciano sul terreno.

Quel rapido baleno non viene dalle verdi foglie splendenti.
Viene dalle lame dei coltelli che i soldati stringono tra
 i denti.

Quei fiori rosso vermiglio, no, papaveri non sono.
È il sangue dei soldati versato sul terreno.

Non son vespe né scarabei né uccelli a fischiare.
Sono le pallottole, che fendono l’aria, a sibilare.

Poi, un giorno, i contadini
fenderanno la terra con la lama degli aratri puntuti,
e la terra darà vino e pane e fiori
concimata coi corpi dei soldati.
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Otto Dix
Autoritratto come prigioniero di guerra (1947)
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