Poemas das flores


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
António Gedeão »»
 
Poemas Póstumos (1983) »»
 
Francese »»
«« precedente /  Sommario / successivo »»
________________


Poemas das flores
Poesie dei fiori


Se com flores se fizeram revoluções
que linda revolução daria este canteiro!
 
Quando o clarim do Sol toca a matinas
ei-las que emergem do noturno sono
e as brandas, tenras hastes se perfilam.
Estão fardadas de verde clorofila,
botões vermelhos, faixas amarelas,
penachos brancos que se balanceiam
em mesuras que a aragem determina
É do regulamento ser viçoso
quando a seiva crepita nas nervuras
e frenética ascende aos altos vértices.
 
São flores e, como flores, abrem corolas
na memória dos homens.
 
Recorda o homem que no berço adormecia,
epiderme de flor num sorriso de flor,
e que entre flores correu quando era infante,
ébrio de cheiros,
abrindo os olhos grandes como flores.
Depois, a flor que ela prendeu entre os cabelos,
rede de borboletas, armadilha de unguentos,
o amor à flor dos lábios,
o amor dos lábios desdobrado em flor,
a flor na emboscada, comprometida e ingênua,
colaborante e alheia,
a flor no seu canteiro à espera que a exaltem,
que em respeito a violem
e em sagrado a venerem.
 
Flores estupefacientes, droga dos olhos, vício dos sentidos.
Ai flores, ai flores das verdes hastes!
A César o que é de César. às flores o que é das flores.
Se si facessero rivoluzioni coi fiori
che bella rivoluzione farebbe quest’aiuola!
 
Quando all’alba risuona la tromba del Sole,
eccoli che spuntano dal notturno sonno
e i molli, teneri steli si raddrizzano.
Son rivestiti di verde clorofilla,
con bottoni vermigli e gialle fasce,
pennacchi bianchi che ondeggiano
nella misura in cui la brezza li lambisce.
La norma esige d’esser vigoroso
quando la linfa crepita nelle nervature
e frenetica risale agli alti vertici.
 
Sono fiori e, in quanto fiori, aprono corolle
nella memoria degli uomini.
 
Ricorda l’uomo che dormiva in culla,
epidermide di fiore in un sorriso di fiore,
e che tra i fiori correva quand’era bimbo,
ebbro di profumi,
aprendo gli occhi grandi come fiori.
E poi, quel fiore che lei si mise tra i capelli,
rete per le farfalle, insidia di balsami,
l’amore a fior di labbra,
l’amore delle labbra che si dischiude in fiore,
il fiore in trappola, compromesso e ingenuo,
conciliante ed estraneo,
il fiore nella sua aiuola in attesa che l’esaltino,
che rispettosamente lo violino
e religiosamente lo venerino.
 
Fiori stupefacenti, droga degli occhi, vizio dei sensi.
Oh fiori, oh fiori dai verdi steli!
A Cesare quel ch’è di Cesare. ai fiori quel ch’è dei fiori.
________________

Vincent van Gogh
Marguerite Gachet in giardino (1890)
...

Nessun commento:

Posta un commento

Nuvola degli autori (e alcune opere)

A. M. Pires Cabral (44) Adélia Prado (40) Adolfo Casais Monteiro (36) Adriane Garcia (40) Affonso Romano de Sant’Anna (41) Al Berto (38) Albano Martins (41) Alexandre O'Neill (29) Ana Cristina Cesar (39) Ana Elisa Ribeiro (40) Ana Hatherly (43) Ana Luísa Amaral (40) Ana Martins Marques (48) Antônio Cícero (40) António Gedeão (37) António Ramos Rosa (39) Augusto dos Anjos (50) Caio Fernando Abreu (40) Carlos Drummond de Andrade (43) Carlos Machado (104) Casimiro de Brito (40) Cecília Meireles (37) Conceição Evaristo (33) Daniel Faria (40) Dante Milano (33) David Mourão-Ferreira (40) Donizete Galvão (41) Eugénio de Andrade (34) Ferreira Gullar (39) Fiama Hasse Pais Brandão (38) Francisco Carvalho (40) Galeria (27) Gastão Cruz (40) Gilberto Nable (46) Hilda Hilst (41) Inês Lourenço (40) João Cabral de Melo Neto (44) João Guimarães Rosa (33) João Luís Barreto Guimarães (40) Jorge de Sena (40) Jorge Sousa Braga (40) José Eduardo Degrazia (40) José Gomes Ferreira (41) José Saramago (40) Lêdo Ivo (33) Luis Filipe Castro Mendes (40) Manoel de Barros (36) Manuel Alegre (41) Manuel António Pina (32) Manuel Bandeira (40) Manuel de Freitas (41) Marina Colasanti (38) Mário Cesariny (34) Mario Quintana (38) Miguel Torga (31) Murilo Mendes (32) Narlan Matos (85) Nuno Júdice (32) Nuno Rocha Morais (434) Pássaro de vidro (52) Poemas dos dias (23) Poemas Sociais (30) Reinaldo Ferreira (13) Ronaldo Costa Fernandes (42) Rui Pires Cabral (44) Ruy Belo (28) Ruy Espinheira Filho (43) Ruy Proença (41) Sophia de Mello Breyner Andresen (32) Tesoura cega (35) Thiago de Mello (38) Ultimos Poemas (103) Vasco Graça Moura (40) Vinícius de Moraes (34)