Poema do livre arbítrio


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Poema do livre arbítrio
Poesia del libero arbitrio


Há uma fatalidade, intrínsica, insofismável,
inerente a todas as coisas e nelas incrustada.
Uma fatalidade que não se pode ludribriar,
nem, peitar, nem desvirtuar,
nem entreter, nem comover,
nem iludir, nem impedir,
uma falalidade fatalmente fatal,
uma fatalidade que só poderia deixar de o ser,
para ser fatalidade de uma outra maneira qualquer,
igualmente fatal.

Eu sei que posso escolher entre o bem e o mal.
Eu sei que posso fatalmente escolher entre o bem e o mal.

E já sei que escolho o bem  entre o mal e o bem.
Já sei que escolho fatalmente o bem.
Porque escolher o bem é escolher fatalmente o bem,
como escolher o mal é escolher fatalmente o mal.
O meu livre arbítrio
conduz-me fatalmente a uma escolha fatal.
V’è una fatalità intrinseca, incontestabile,
inerente a tutte le cose ed in esse scolpita.
Una fatalità che non si può dileggiare,
né sfidare, né denigrare,
né distrarre, né commuovere,
né illudere, né impedire,
una fatalità fatalmente fatale,
una fatalità che potrebbe cessare d’essere tale,
solo per essere fatalità di qualunque altro tipo,
ugualmente fatale.

Io so che posso scegliere tra il bene e il male.
Io so che posso fatalmente scegliere tra il bene e il male.

E già so che tra il bene e il male scelgo il bene.
Già so che scelgo fatalmente il bene.
Perché scegliere il bene è scegliere fatalmente il bene,
come scegliere il male è scegliere fatalmente il male.
Il mio libero arbitrio
mi porta fatalmente a una scelta fatale.
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Annibale Carracci
Ercole al bivio (1596)
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