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Poema da Pandemia & outros descalabros
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Poema della Pandemia & altri sconquassi
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Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l’heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.
Chanson d’automne, Paul Verlaine
... Pois nesse vento sopra uma areia viva
que inflama a fala e os pulmões.
É portanto um vento da febre,
um ruinoso alento da peste,
que parece nascer de algum vale sombrio,
embora surja das montanhas azuis da China,
ou da garganta de um novo dragão.
Vem de repente e sem aviso.
Vem de repente e nada se sabe.
Escancara a boca imensa
e esparrama no mundo
esta fina névoa de aflição.
Começa a ventar dentro das igrejas vazias,
sobre os velórios urgentes e as covas,
sobre as longas avenidas dos cemitérios
abertas como feridas na terra molhada.
Venta na noite povoada de sirenes.
Sopra leve nas ruas, nas esquinas e nas praças desertas,
nas escolas sem correrias e gritos de crianças,
nos bares despovoados de alegria,
sobre os bordéis, estradas e restaurantes lacrados.
Não há mais festas, nem abraços, nrm beijos, nem risos,
mas velas acesas e lenços úmidos de lágrimas.
É um vento que não para,
por vezes quase uma brisa.
Assopra e entra pelos nossos ouvidos,
atravessa os óculos, as certezas,
as luvas e as máscaras.
Está soprando agora sobre os hospitais,
em seus heliportos e altas chaminés,
sobre os telhados e as janelas abertas,
os braços exaustos e os balões de oxigênio.
Venta nos aventais de médicos e enfermeiras
desfraldados como trêmulas bandeiras brancas,
bandeiras inúteis da trégua que não virá.
São ruídos extenuantes de tosse e dor,
de tubos deslizando nas traqueias,
tropéis ruidosos de macas
e alarmes de respiradores.
Ó como a vida é uma linha frágil,
folha breve e que o vento leva!
Pois nesse vento sopra uma areia viva
que inflama a fala e os pulmões.
Et blême, quand
Sonne l’heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.
Chanson d’automne, Paul Verlaine
... Pois nesse vento sopra uma areia viva
que inflama a fala e os pulmões.
É portanto um vento da febre,
um ruinoso alento da peste,
que parece nascer de algum vale sombrio,
embora surja das montanhas azuis da China,
ou da garganta de um novo dragão.
Vem de repente e sem aviso.
Vem de repente e nada se sabe.
Escancara a boca imensa
e esparrama no mundo
esta fina névoa de aflição.
Começa a ventar dentro das igrejas vazias,
sobre os velórios urgentes e as covas,
sobre as longas avenidas dos cemitérios
abertas como feridas na terra molhada.
Venta na noite povoada de sirenes.
Sopra leve nas ruas, nas esquinas e nas praças desertas,
nas escolas sem correrias e gritos de crianças,
nos bares despovoados de alegria,
sobre os bordéis, estradas e restaurantes lacrados.
Não há mais festas, nem abraços, nrm beijos, nem risos,
mas velas acesas e lenços úmidos de lágrimas.
É um vento que não para,
por vezes quase uma brisa.
Assopra e entra pelos nossos ouvidos,
atravessa os óculos, as certezas,
as luvas e as máscaras.
Está soprando agora sobre os hospitais,
em seus heliportos e altas chaminés,
sobre os telhados e as janelas abertas,
os braços exaustos e os balões de oxigênio.
Venta nos aventais de médicos e enfermeiras
desfraldados como trêmulas bandeiras brancas,
bandeiras inúteis da trégua que não virá.
São ruídos extenuantes de tosse e dor,
de tubos deslizando nas traqueias,
tropéis ruidosos de macas
e alarmes de respiradores.
Ó como a vida é uma linha frágil,
folha breve e que o vento leva!
Pois nesse vento sopra uma areia viva
que inflama a fala e os pulmões.
Pieno d’affanno
E stanco, quando
L’ora batte,
Io mi rammento
Remoti giorni
E piango.
Canzone d’autunno, Paul Verlaine
... E intanto spira in questo vento sabbia viva
che infiamma la parola ed i polmoni.
È dunque un vento di febbre,
un nefasto respiro di peste,
che sembra nascere da qualche tetra valle,
benché sorga dai monti azzurri della Cina,
o dalla gola d’un nuovo dragone.
D’un tratto viene e senza preavviso.
D’un tratto viene, non se ne sa niente.
Spalanca l’immensa bocca
e per il mondo propaga
questa sottile nebbia d’afflizione.
Comincia a soffiare dentro le chiese vuote,
sopra le veglie urgenti e sulle fosse,
sopra i lunghi viali dei cimiteri
aperti come ferite nella terra bagnata.
Soffia nella notte gremita di sirene.
Spira lieve per le vie, agli angoli e nelle piazze deserte,
nelle scuole senza le corse e le urla dei piccini,
nei bar spopolati d’allegria,
sopra i bordelli, le strade e i ristoranti serrati.
Non ci sono più feste, né abbracci, né baci, né risate,
ma ceri accesi e fazzoletti umidi di lacrime.
È un vento che non s’arresta,
a volte quasi una brezza.
Spira ed entra dalle nostre orecchie,
trapassa gli occhiali, le certezze,
i guanti e le mascherine.
Ora sta soffiando sopra gli ospedali,
sui loro eliporti e sugli alti camini,
sopra i tetti e le finestre aperte,
su braccia esauste e bombole d’ossigeno.
Spira sui camici di medici e infermiere
svolazzanti come tremule bandiere bianche,
inutili bandiere di una tregua che non verrà.
Rumori estenuanti di tosse e di dolore,
di tubi che scendono nelle trachee,
chiassoso viavai di barelle,
e allarmi di respiratori.
Ahi, che linea labile è la vita,
foglia fugace che il vento porta via!
E intanto spira in questo vento sabbia viva
che infiamma la parola ed i polmoni.
E stanco, quando
L’ora batte,
Io mi rammento
Remoti giorni
E piango.
Canzone d’autunno, Paul Verlaine
... E intanto spira in questo vento sabbia viva
che infiamma la parola ed i polmoni.
È dunque un vento di febbre,
un nefasto respiro di peste,
che sembra nascere da qualche tetra valle,
benché sorga dai monti azzurri della Cina,
o dalla gola d’un nuovo dragone.
D’un tratto viene e senza preavviso.
D’un tratto viene, non se ne sa niente.
Spalanca l’immensa bocca
e per il mondo propaga
questa sottile nebbia d’afflizione.
Comincia a soffiare dentro le chiese vuote,
sopra le veglie urgenti e sulle fosse,
sopra i lunghi viali dei cimiteri
aperti come ferite nella terra bagnata.
Soffia nella notte gremita di sirene.
Spira lieve per le vie, agli angoli e nelle piazze deserte,
nelle scuole senza le corse e le urla dei piccini,
nei bar spopolati d’allegria,
sopra i bordelli, le strade e i ristoranti serrati.
Non ci sono più feste, né abbracci, né baci, né risate,
ma ceri accesi e fazzoletti umidi di lacrime.
È un vento che non s’arresta,
a volte quasi una brezza.
Spira ed entra dalle nostre orecchie,
trapassa gli occhiali, le certezze,
i guanti e le mascherine.
Ora sta soffiando sopra gli ospedali,
sui loro eliporti e sugli alti camini,
sopra i tetti e le finestre aperte,
su braccia esauste e bombole d’ossigeno.
Spira sui camici di medici e infermiere
svolazzanti come tremule bandiere bianche,
inutili bandiere di una tregua che non verrà.
Rumori estenuanti di tosse e di dolore,
di tubi che scendono nelle trachee,
chiassoso viavai di barelle,
e allarmi di respiratori.
Ahi, che linea labile è la vita,
foglia fugace che il vento porta via!
E intanto spira in questo vento sabbia viva
che infiamma la parola ed i polmoni.
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Giovanni di Paolo Allegoria della peste (xv sec.) |
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