blues da morte de amor


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blues da morte de amor
blues del morir d’amore


já ninguém morre de amor, eu uma vez
andei lá perto, estive mesmo quase,
era um tempo de humores bem sacudidos,
depressões sincopadas, bem graves, minha querida,
mas afinal não morri, como se vê, ah, não,
passava o tempo a ouvir deus e música de jazz,
emagreci bastante, mas safei-me à justa, oh yes,
ah, sim, pela noite dentro, minha querida.

a gente sopra e não atina, há um aperto
no coração, uma tensão no clarinete e
tão desgraçado o que senti, mas realmente,
mas realmente eu nunca tive jeito, ah, não,
eu nunca tive queda para kamikaze,
é tudo uma questão de swing, de swing, minha querida,
saber sair a tempo, saber sair, é claro, mas saber,
e eu não me arrependi, minha querida, ah, não, ah, sim.

há ritmos na rua que vêm de casa em casa,
ao acender das luzes, uma aqui, outra ali.
mas pode ser que o vendaval um qualquer dia venha
no lusco-fusco da canção parar à minha casa,
o que eu nunca pedi, ah, não, manda calar a gente,
minha querida, toda a gente do bairro,
e então murmurarei, a ver fugir a escala
do clarinete: — morrer ou não morrer, darling, ah, sim.
ormai nessuno muore d’amore, io una volta
ci andai vicino, stavo proprio quasi,
erano tempi di comportamenti impulsivi,
depressioni sincopate, molto gravi, mia cara,
ma alla fine non morii, come si vede, ah, no,
passavo il tempo ad ascoltare dio e la musica jazz,
dimagrii molto, ma mi salvai in tempo, oh yes,
ah, sì, immerso nella notte, mia cara.

uno si sfiata e non sfonda, sente una stretta
al cuore, una tensione nel clarinetto e
tanto squallido il risultato, ma realmente,
ma realmente io non ho mai avuto disposizione, ah, no,
io non ho mai avuto la stoffa del kamikaze,
è tutta una questione di swing, di swing, mia cara,
saper uscire a tempo, saper uscire, è chiaro, ma sapere,
e io non mi sono pentito, mia cara, ah, no, ah, sì.

ci sono ritmi in strada che vanno di casa in casa,
all’accendersi delle luci, una qui, l’altra lì.
ma può darsi che un bel giorno il ciclone venga
sul finire della canzone e si fermi a casa mia,
cosa che non ho mai preteso, ah, no, fai tacere la gente,
mia cara, tutta la gente del quartiere,
e allora mormorerò, vedendo sfuggire la scala
del clarinetto: — morire o non morire, darling, ah, sì.
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Jim Porterfield
L'arte del blues (2012)
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