Elogios de Montaigne - III


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Elogios de Montaigne
Elogi di Montaigne


III

De tudo que eu tenho, o melhor,
é a vontade de ser muito sincero.
Dizer o que penso, sem rodeios,
foi sempre a vocação de minha alma.
 
E de forma natural, sem delírios.
Nunca fui vítima do despeito,
ou escravo, infantil, da soberbia.
Somos feitos de ideias, pensamentos,
 
e não poucas vezes me assediam
tolas vergonhas e constrangimentos.
Mas o que aprendi é claro e fácil:
 
a covardia é a mãe da crueldade,
o lucro de um é prejuízo do outro,
quem teme sofre daquilo que teme.


III

Tra i miei requisiti, quello migliore,
è la volontà d’esser molto sincero.
Dire quello che penso, apertamente,
è quel che l’anima mia desiderò sempre.
 
E in modo naturale, senza eccessi.
In fondo al cuore mai serbai rancore,
o fui schiavo, immaturo, della superbia.
Siamo fatti di pensieri, d’intuizioni,
 
e non di rado mi sento assediato
da sciocche vergogne e soggezioni.
Ma ovvia e chiara è la lezione appresa:
 
genera crudeltà la codardia,
il lucro dell’uno va a scapito dell’altro,
chi teme soffre già di quel che teme.

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Anonimo
Ritratto di Michel de Montaigne (1533-1592)
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