Elogios de Che Guevara - II


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Elogios de Che Guevara - II
Elogio di Che Guevara - II


2

     Há o morrer em lâmina fina
     do fuzilado ou em guilhotina
     e um morrer que se desmerece,
     morrer de cama, isto é, morrer-se.
     As astúcias da morte, João Cabral de Melo Neto

Agora jaz sobre uma padiola,
na lavanderia de Vallegrande.
Um cadáver de olhos abertos,
de peito e pés descobertos,
em sua épica e crua beleza.
Em volta tudo é penúria:
os soldados nos uniformes,
a parede e chão carcomidos,
os trapos e a maca de lona.
E lhe roubaram o relógio,
os diários e os poemas,
e lhe amputaram as mãos,
e o enterraram em segredo.
Foi a mensagem deste país
aos seus filhos e para o mundo,
da Bolívia, mera prostituta,
vendida por alguns dólares,
e na mais pública miséria!

2

     Vi è la morte per lama fina,
     per baionetta o per ghigliottina
     e una morte che si smorza,
     morir nel letto, vale a dir, morirsi.
     As astúcias da morte, João Cabral de Melo Neto

Adesso giace sopra una barella,
nella lavanderia di Vallegrande.
Un cadavere con gli occhi aperti,
il petto e i piedi scoperti,
nella sua epica e cruda bellezza.
Tutt’intorno è penuria:
i soldati nelle loro uniformi,
la parete e il pavimento scrostati,
gli stracci e la lettiga di tela.
E gli han rubato l’orologio,
i diari e le poesie,
e gli hanno amputato le mani,
e in segreto lo hanno seppellito.
Fu il messaggio di questo paese
ai suoi figli e al mondo,
dalla Bolivia, mera prostituta,
venduta per qualche dollaro,
e nella più pubblica miseria.


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Foto scattata da Marc Hutten
Il cadavere di Ernesto Guevara (1967)
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