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Quinto poema de hesitação
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Quinto poema d’esitazione
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Não me digam que não,
Que pr’além desta vida Não existe outra vida, Onde os sonhos deixarão de ser sonhos, Permanecendo neles, porém, Aquele encanto e aquela graça Que só os sonhos têm… Não me digam que não, Que por trás destes muros, Serenos e caiados – Destinos conhecidos – , Não existem regatos E não existem prados E rosas e lirios… Não me digam que não, Que não hei-de encontrar Em busca de quem vou… Não me digam que não!, Deixem-me ir iludido, Já que iludido estou!… E depois, se eu voltar, Inutil e cansado, Digam-me então, que não, Que errei o meu caminho… Deixem-me então, morrer, Vazio de sonhos e podre de cansaços… Digam-me então que não!, Ainda que eu vos peça de joelhos E vos estenda os braços!… |
Non ditemi di no,
Che al di là di questa vita Non esiste altra vita, Ove i sogni cesseranno d’esser sogni, Pur permanendo in essi Quell’incanto e quella grazia Che solo i sogni hanno... Non ditemi di no, Che oltre questi muri, Sereni e imbiancati – Limiti conosciuti –, Non esistono ruscelli E non esistono prati E rose e gigli... Non ditemi di no, Che non incontrerò Chi sto cercando... Non ditemi di no!, Lasciatemi alle illusioni Perché già illuso sto!... E poi, se io tornassi, Deluso e stanco, Allora ditemi di no, Che ho sbagliato strada... Allora lasciatemi morire, Vuoto di sogni e marcio di fatica... Allora ditemi di no!, Anche se v’implorassi in ginocchio E vi stendessi le braccia!... |
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René Magritte L'amico dell'ordine (1964) |
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