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Estamos ambos condenados...
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Noi due siamo condannati...
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Estamos ambos condenados a observar
E a ser observados.
O nosso inferno são estas margens
Separadas por águas negras,
Caudalosas, torrenciais.
Caminhamos ao longo das margens,
Cada um na sua, fitamo-nos
Como inimigos que não sabemos se somos,
Cientes de que nunca chegaremos
A lado algum, a palavra alguma.
De vez em quando, ao crepúsculo, a figura do outro lado
Lança-se às águas e logo desaparece,
E apodera-se de mim um terror.
Corro pela margem, esperando ardentemente
Ver o seu corpo afogado.
De manhã, vejo-o de novo diante de mim,
Na sua margem; repelido pelas águas,
E, de cada vez, parece odiar-me.
Nunca me lanço às águas,
Mas a verdade é que, de manhã,
Acordo sempre encharcado.
Lançar-me às águas para quê?
Não quero trocar de margem.
A figura do outro lado
Parece-me a mais perfeita indiferença.
Só temo que esse vulto
Alcance a minha margem
E se apodere de mim, dos meus olhos,
Que continuarão a ver
Uma figura na outra margem.
Não quero trocar de margem.
E a ser observados.
O nosso inferno são estas margens
Separadas por águas negras,
Caudalosas, torrenciais.
Caminhamos ao longo das margens,
Cada um na sua, fitamo-nos
Como inimigos que não sabemos se somos,
Cientes de que nunca chegaremos
A lado algum, a palavra alguma.
De vez em quando, ao crepúsculo, a figura do outro lado
Lança-se às águas e logo desaparece,
E apodera-se de mim um terror.
Corro pela margem, esperando ardentemente
Ver o seu corpo afogado.
De manhã, vejo-o de novo diante de mim,
Na sua margem; repelido pelas águas,
E, de cada vez, parece odiar-me.
Nunca me lanço às águas,
Mas a verdade é que, de manhã,
Acordo sempre encharcado.
Lançar-me às águas para quê?
Não quero trocar de margem.
A figura do outro lado
Parece-me a mais perfeita indiferença.
Só temo que esse vulto
Alcance a minha margem
E se apodere de mim, dos meus olhos,
Que continuarão a ver
Uma figura na outra margem.
Não quero trocar de margem.
Noi due siamo condannati a osservarci
E a essere osservati.
Sono il nostro inferno queste rive
Separate da acque nere,
Travolgenti, torrenziali.
Avanziamo lungo le rive,
Ciascuno sulla propria, ci fissiamo
Come nemici, senza sapere se lo siamo,
Consci che mai arriveremo
da nessuna parte, a nessuna parola.
Di tanto in tanto, al crepuscolo, la figura dall’altro lato
Si getta in acqua e subito scompare,
E un terrore s’impadronisce di me.
Corro lungo la riva, sperando ardentemente
Di vedere il suo corpo affogato.
Al mattino, lo vedo nuovamente davanti a me,
Sulla sua riva; respinto dalle acque,
E, ogni volta, sembra che mi odi.
Io non mi getto mai in acqua,
Ma la verità è che, al mattino,
Io mi risveglio fradicio.
Lanciarmi in acqua, perché?
Non voglio cambiare riva.
La figura dall’altra parte
Mi dimostra la più assoluta indifferenza.
Ho soltanto timore che quest’ombra
Raggiunga la mia riva
E s’impadronisca di me, dei miei occhi,
Che continueranno a vedere
Una figura sull’altra riva.
Io non voglio cambiare riva.
E a essere osservati.
Sono il nostro inferno queste rive
Separate da acque nere,
Travolgenti, torrenziali.
Avanziamo lungo le rive,
Ciascuno sulla propria, ci fissiamo
Come nemici, senza sapere se lo siamo,
Consci che mai arriveremo
da nessuna parte, a nessuna parola.
Di tanto in tanto, al crepuscolo, la figura dall’altro lato
Si getta in acqua e subito scompare,
E un terrore s’impadronisce di me.
Corro lungo la riva, sperando ardentemente
Di vedere il suo corpo affogato.
Al mattino, lo vedo nuovamente davanti a me,
Sulla sua riva; respinto dalle acque,
E, ogni volta, sembra che mi odi.
Io non mi getto mai in acqua,
Ma la verità è che, al mattino,
Io mi risveglio fradicio.
Lanciarmi in acqua, perché?
Non voglio cambiare riva.
La figura dall’altra parte
Mi dimostra la più assoluta indifferenza.
Ho soltanto timore che quest’ombra
Raggiunga la mia riva
E s’impadronisca di me, dei miei occhi,
Che continueranno a vedere
Una figura sull’altra riva.
Io non voglio cambiare riva.
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Tomba del Tuffatore Paestum (470-480 a.C.) |
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