Tanto tenho morrido...


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Tanto tenho morrido...
Tante volte son morto...


Tanto tenho morrido para sempre
Mas ainda volto pelas portas entreabertas
Do crepúsculo
Pela luz pálida, cadavérica
Moribunda
A luz que me conhece
Que me acompanha pelas ruas
Onde sou leve como ninguém
Pois que ninguém me reconhece
E chego junto de ti
Venho dizer-te – Tenho morrido tanto
E é para sempre
Receio não ter-te amado até ao mais fundo
Da minha força e ela secou
Quase me desvaneço Falo-te
Pacífica mulher de Vermeer
Talvez fluir de outra vida já
Já não me reconheces
Sou agora outra margem
Só os mortos me reconhecem

Tante volte son morto per sempre
Ma ancora ritorno per le porte socchiuse
Del crepuscolo
Per quella luce pallida, cadaverica
Moribonda
La luce che mi conosce
Che mi accompagna per le vie
Dove son lieve come nessuno
Poiché nessuno mi riconosce
E arrivo accanto a te
Vengo a dirti – Tante volte son morto
Ed è per sempre
Temo di non averti amato fino all’estremo
Della mia forza ed essa s’è prosciugata
Mi son quasi dissolto Ti parlo
Pacifica donna di Vermeer
Forse da un’altra vita ormai provengo
Ormai non mi riconosci
Ora sono l’altra sponda
Soltanto i morti mi riconoscono

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Jan Vermeer van Delft
Donna che legge una lettera (1657)
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